A prefeitura de Balneário Piçarras pretende começar nas próximas semanas a segunda etapa da recuperação da Praia Central, e desde o início de março, busca recursos para as obras. O valor estimado é de R$ 3 milhões, com verbas que devem vir do Governo Federal. O dinheiro será investido na colocação de 190 mil m³ em uma parte não contemplada pela fase inicial da dragagem, da Avenida Antônio Quintino Pires até o molhe da Barra Sul. Enquanto aguarda o repasse, a administração municipal conclui os trabalhos de reestruturação da orla, além de preparar uma análise técnica para confirmar a conclusão dos serviços no primeiro trecho da praia.

Continua depois da publicidade

Inicialmente o prefeito Leonel Martins protocolou uma solicitação de recursos estaduais, mas a Defesa Civil de Santa Catarina já informou que o Ministério da Integração Nacional deve investir na obra. Atendendo pedido de autoridades catarinenses reunidas na quarta-feira em Brasília, o ministro Fernando Bezerra sinalizou positivamente para a destinação dos recursos. A ideia é continuar o trabalho em Piçarras para não perder o que já foi feito, e a previsão é de que até abril todas as definições sobre o repasse tenham ocorrido.

_ Nosso desejo é que a verba seja liberada o mais rápido possível, até porque aproveitaria o equipamento que está na região. A intenção é fazer um aditivo e continuar com a mesma empresa, para o processo ser mais ágil _ comenta Martins.

Avaliação

Técnicos da prefeitura devem avaliar na próxima semana as obras do primeiro trecho dragado, entre as avenidas Getúlio Vargas e Antônio Quintino Pires. A equipe vai verificar se realmente foram depositados 592 mil m³ de areia na praia, como previa o contrato com a empresa Rohde Nielsen do Brasil Dragagem. O documento foi assinado na administração pública anterior, e um impasse ocorreu quando o atual prefeito assumiu.

Continua depois da publicidade

Isso porque também na gestão passada a empresa informou que a draga necessária para o serviço estava em Portugal, e que não tinha condições de arcar com a vinda dela para Santa Catarina. Para compensar a busca do equipamento, à época a prefeitura modificou o acordo, permitindo que se colocasse 200 mil m³ a menos de areia. Quando Martins tomou posse, contestou a decisão e exigiu os 592 mil m³. Na semana passada a empresa enviou um relatório oficializando que todo o material previamente contratado fosse entregue.

_ Se nossa fiscalização comprovar que a quantidade está correta, a obra é dada como encerrada. Mesmo se tiver menos material, tenho certeza de que a empresa vai concluir o contrato _ pondera o secretário de Planejamento de Piçarras, Francisco Carlos Telles. A reportagem do Sol Diário tentou entrar em contato com a empresa Rohde, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Turistas aprovam recuperação

Os gaúchos Lovani e João Carlos Ranzi eram umas das poucas pessoas que passeavam pela orla de Balneário Piçarras na nublada e agradável tarde de quinta-feira. O casal está de férias há pouco tempo na cidade, e embora não tenha visto a praia quando a destruição ainda dominava a paisagem, nota os sinais da dragagem.

_ Dá para ver que colocaram areia, está mais alto até chegar no mar. Tomara que resolva o problema das ressacas _ comenta João Carlos. Para o turista paranaense Marcelo Farze, que visita Piçarras há alguns anos, a recuperação da orla é um alento para quem se acostumou com as belezas e a tranquilidade da Praia Central. Ele conta que prefere a cidade a destinos mais badalados, como Balneário Camboriú.

Continua depois da publicidade

_ Ano passado tive que ir para outras praias, porque aqui não dava para aproveitar. Mas gosto mais de Piçarras, é menos movimentada para passar férias e agora pretendo voltar para cá sempre que puder _ pondera.

Na faixa de areia ainda é possível ver os grandes tubos usados para sugar a areia do fundo do mar. Conforme a prefeitura, os materiais ficarão ali até que se confirme oficialmente a conclusão da dragagem, caso ainda seja necessário um complemento na obra. De acordo com o projeto de recuperação de Piçarras, a areia depositada deve ter uma estabilidade de pelo menos 70 anos com a volta de 20% da areia para o mar.

Orla deve estar pronta em 60 dias

A dragagem da areia e a recuperação dos cerca de 7 km da orla da Praia Central de Piçarras começaram no fim do ano passado. O objetivo era reparar a destruição causada por uma sequência de fortes ressacas que atingiu a cidade a partir de setembro de 2011. As ações devolveram a faixa de areia à beira-mar, antes tomada pela água. Agora a prefeitura trabalha nas últimas obras de conserto de calçadas e muros e de replantio de árvores arrancadas pela força da natureza.

_ Em aproximadamente 60 dias, os serviços serão concluídos. Na próxima temporada vamos receber nossa população e nossos turistas com o melhor conforto possível _ afirma o prefeito Leonel. Toda a obra, desde a dragagem até a recuperação estrutural, custou R$ 10,2 milhões, com R$ 9 milhões de recursos federais e o restante de contrapartida da prefeitura.

Continua depois da publicidade