Uma família escolhe o destino das férias de verão. Para garantir a estadia, loca com antecedência pela internet um imóvel que se encaixe no seu orçamento. Assina o contrato e aguarda ansiosamente o dia da viagem. Ao chegar no município, porém, descobre que o negócio é uma farsa. Pelo menos três casos como esse foram registrados nesta sexta-feira na delegacia da comarca em Balneário Camboriú. A Polícia Civil diz que o golpe é comum e faz alerta aos turistas.

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As ocorrências registradas nesta sexta são de visitantes de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A polícia explica que a maneira de agir dos golpistas é parecida: quando o cliente descobre, o estelionatário já não atende mais o telefone. Uma das vítimas, a estudante de Mato Grosso do Sul, Isabela Richena Barbosa, 21 anos, conta que viu o imóvel em um site de compras e fez a negociação por telefone. Os golpistas repassaram fotos, enviaram o contrato e um boleto bancário para pagamento.

– Eles me disseram que eram de Porto Alegre (RS) e tinham vários imóveis em Balneário. Achei que estava tudo certo, a mulher me passava confiança. Então depositei 30% do valor das diárias para o Réveillon, que foi R$ 1.230 – lembra.

Isabela explica que quando chegou no endereço do apartamento, quinta-feira, soube que ninguém conhecia a suposta proprietária. No dia seguinte, registrou boletim de ocorrência e descobriu que os dados do locador também eram falsos.

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– Programamos a viagem em novembro e quando chegamos aqui ficamos sem chão. Por sorte conseguimos alugar outro imóvel ainda ontem (quinta-feira) – comenta.

Os casos serão apurados pelo delegado Alan Pinheiro. Conforme a gravidade, eles podem ser repassados para a Divisão de Investigações Criminais (DIC). A punição para estes crimes é de um a cinco anos de prisão, com aumento de pena dependendo do número de vítimas.

Golpe do falso aluguel é comum, segundo as autoridades

O delegado Osnei de Oliveira, responsável pela DIC, afirma que este tipo de golpe começa a ocorrer no mês de setembro. Segundo ele, a maioria dos consumidores lesados são de outros estados e só descobrem que foram enganados quando chegam na cidade em que vão passar as férias.

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– Os estelionatários mandam toda documentação, dados falsos e o cliente acaba depositando 50% do valor. Geralmente eles fazem várias locações e depois trocam os números de telefone – explica.

De acordo com Oliveira, muitas vezes os golpistas usam anúncios reais de imobiliárias e os republicam em sites de compra e venda de serviços particulares. O delegado alerta ainda que valores de aluguel abaixo do mercado devem ser motivo de desconfiança.

– Eu diria que é quase impossível reaver o prejuízo. Mas é necessário registrar o boletim de ocorrência para que a polícia investigue – observa.

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Confira dicas para se prevenir do golpe:

– Desconfie de anúncios que oferecem imóveis com valor abaixo do mercado.

– Confira junto ao Creci o registro do corretor de imóveis.

– Verifique se o imóvel a ser locado realmente existe.

– Tenha cuidado com as locações feitas direto com o proprietário.

– Prefira alugar com imobiliária ou corretor que tenha endereço fixo e telefone convencional.

– Faça uma pesquisa detalhada sobre o imóvel, pessoas responsáveis ou corretor.

Fonte: Delegado Osnei de Oliveira, da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú