Autoridades de saúde do Litoral Norte estão em alerta para o número de focos de mosquito Aedes Aegypt, transmissor da dengue, confirmados na região. O verão é a época de maior proliferação do inseto em todo o país. Somente nos primeiros nove dias deste ano foram sete casos, sendo cinco em Balneário Camboriú, onde o número se iguala ao do mês inteiro do ano passado. A outra cidade a registrar focos foi Itapema. Para combater a doença, os municípios apostam no reforço das fiscalizações em casas, armadilhas e pontos estratégicos, como borracharias e ferros-velhos, e contam com a comunidade para se livrar da água parada.
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Balneário Camboriú, por exemplo, tem 460 armadilhas vistoriadas semanalmente e 25 agentes trabalhando na prevenção. O coordenador do programa de combate à dengue do município, Rafael Neis da Silva, explica que um dos focos foi descoberto em uma armadilha no Bairro das Nações. Os outros quatro estavam em casas no Bairro dos Estados. Nessa região estão muitas empresas que recebem mercadorias de outros estados e a rodoviária, o que explicaria a concentração de focos, segundo Silva.
A maioria dos focos estava em lonas e pneus que ficaram com água acumulada da chuva. Por isso as vigilâncias epidemiológicas ressaltam a importância da consciência de todos os moradores. A comprovação de que se tratavam de larvas do mosquito transmissor da dengue foi feita por análise laboratorial no município.
– O calor acelera a proliferação do mosquito e esses dias de chuva propiciam que os depósitos fiquem com água, por isso não se pode descuidar – diz Silva.
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Ano passado Balneário registrou 30 focos confirmados de mosquito da dengue. Não houve casos da doença na cidade.
Em Itapema, os dois focos encontrados estavam em armadilhas montadas na Meia Praia. A supervisora de campo do programa de combate à dengue de Itapema, Jaqueline Ferreira, diz que em janeiro de 2013 a cidade também teve cinco focos confirmados. Por isso, os números do começo do mês servem de alerta:
– Foram dois focos num intervalo de quatro dias. Se continuar nesse ritmo vamos ultrapassar o ano passado. A população precisa abrir as casas para os agentes para eliminar os criadouros – destaca.
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Número de focos no Estado chega a 62
Depois de passar pelo pior ano em número de casos de dengue, Santa Catarina dá início às primeiras ações para controlar o contágio em 2014. Nos nove primeiros dias do ano foram identificados 62 focos em território catarinense e uma suspeita de Contágio, em Curitibanos, aguarda análise. Outras duas foram descartadas. A região mais preocupante é o Oeste, onde o município de São Miguel do Oeste já concentra mais da metade dos locais onde há presença do mosquito. Em 2013, a cidade registrou 379 focos e dois casos confirmados. Chapecó – o município com maior número de pessoas infectadas, 21- identificou a presença do transmissor em 1.089 pontos.
– Essa região é favorável à proliferação, já que é próxima à fronteira com a Argentina, país que registra infestação da dengue. Além disso, Chapecó tem inúmeros ferros-velhos, que estão sendo combatidos pelo município – explica a gerente de vigilância de zoonoses e entomologia da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Suzana Zeccer.
A preocupação da Vigilância Epidemiológica do Estado resulta do diagnóstico de 2013. O ano contabilizou 2.197 focos da doença em 84 munícipios e 254 casos confirmados, segundo dados da Dive. Para se ter uma ideia, em 2012, o mosquito foi localizado em 1.268 pontos e 85 pessoas contraíram dengue.
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Apesar de não haver registro de casos confirmados em 2014, a gerente de vigilância de zoonoses e entomologia diz que em breve os números começarão a aparecer, já que a dengue tem um período de incubação. Apenas quando os primeiros sintomas aparecem é que é possível considerar a ocorrência e encaminhar os exames do paciente para a comprovação.
Suzana explica que Santa Catarina está vulnerável e há risco de a dengue se fixar e se estabelecer no território, aumentando assim a transmissão. O esforço do Estado é para que não haja circulação do mosquito e que os casos autóctones – ou seja, infecção dentro em SC – sejam combatidos. Para isso, é preciso evitar a proliferação.
– O combate não é só uma obrigação do governo. Deve haver uma ação conjunta com a população, evitando as condições favoráveis para a instalação do mosquito – defende.
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Números no Estado
2013
Casos confirmados: 254
1º Florianópolis: 45
2º Itajaí: 24
3º Chapecó e Joinville: 21
2012
Casos confirmados: 85
1º Joinville e Florianópolis: 10
2º São Jose: 8
3º Itajaí: 5
2014
Total de focos: 62
1º São Miguel do Oeste: 26
2º Chapecó e Joinville: 8
3º Balneário Camboriú: 5
Fonte: Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Em 2014 não houve casos confirmados até 6 de janeiro.
Como prevenir
? Evite deixar água acumulada em pneus, tampas de garrafas, etc. no quintal, jardim ou terreno baldio
? Trate a piscina com cloro. Se não estiver em uso, deixe-a vazia
? Lave vasilhas de água e comida dos animais de estimação com escova e sabão
? Coloque areia nos pratos de plantas e remova duas vezes por semana a água acumulada
? Mantenha lixeiras tampadas e não acumule lixo
? Evite poças d’água em locais com sombra, onde a fêmea do mosquito pode colocar os ovos