A situação no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, é preocupante. Nesta sexta-feira (9) à noite todos os leitos de UTI adulto da rede pública estavam ocupados. O cenário é ainda mais grave quando se trata de vaga de terapia intensiva para recém-nascidos: havia crianças além da capacidade. 

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Atualmente, o hospital tem 10 leitos de UTI para adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e se tornou recorrente a ocupação estar perto do limite de capacidade. A diretora da unidade, Syntia Sargato, conta que durante essa semana, apenas uma vaga ficou disponível porque um paciente foi transferido, mas logo foi ocupada.

A gestora diz que apesar de estar sempre no limite, no momento da entrevista ao Santa, às 18h40min, não tinha pacientes na fila de espera por um leito de UTI adulto no Ruth Cardoso. Ela afirma que quando isso ocorre, dentro de 24 horas o governo do Estado direciona o paciente para onde há vaga, mesmo que seja em outra região do Estado. 

Na UTI neonatal a situação também é igualmente complicada. Os poucos seis leitos públicos estavam ocupados na noite desta sexta-feira (9) e um recém-nascido precisou ser colocado em uma espécie de “vaga improvisada” enquanto aguardava transporte para ser levado a outro hospital. 

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O cenário crítico se tornou bastante comum desde o início da pandemia, mas não melhorou nem mesmo diante da redução dos casos de infectados pelo coronavírus. Nenhum dos pacientes internados em UTI no Ruth Cardoso nas últimas horas tem diagnóstico de Covid-19, revela Syntia. 

O site do governo do Estado informava na noite desta sexta-feira (9) uma taxa de ocupação dos leitos de UTI na ordem de 90%, com 117 vagas em Santa Catarina, das quais 73 para adultos e 24 neonatal. Porém, no rodapé da página, a observação: “o indicador virtual é abaixo à taxa de ocupação real devido a rotatividade de pacientes e horário de atualização do painel”. 

À espera de uma solução

Há um mês a colunista Dagmara Spautz mostrou que o governo do Estado e a prefeitura de Balneário Camboriú pretendem montar um grupo de trabalho para discutir as demandas do Hospital Ruth Cardoso. Os números mostram a necessidade de novas medidas.

De acordo com diretora da unidade, Syntia Sorgato, cerca de 60% das internações são de municípios vizinhos e 40% de Balneário Camboriú, que sustenta a unidade. Ela aponta que Ruth Cardoso serve de referência para um público estimado em 350 mil pessoas, compreendendo também pacientes Itapema, Camboriú, Porto Belo e Bombinhas. 

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A ideia do governo é ampliar a capacidade de atendimento do próprio hospital e da rede de saúde das cidades do entorno.

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