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A carcaça da baleia franca morta entre as praias de Itapirubá e do Sol em Laguna, no Litoral Sul de Santa Catarina, foi retirada da água às 11h45min desta terça-feira. Depois de permanecer encalhada no local por uma semana, o animal gigante foi sacrificado durante a madrugada.

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Pelo menos cinco máquinas, entre retroescavadeiras e tratores, foram empregadas para levar o corpo do cetáceo, de aproximadamente 16 metros de comprimento e 40 toneladas de peso, para a praia.

A remoção só foi possível depois do corte de uma das nadadeiras peitorais da baleia, que tinha o corpo parcialmente enterrado no fundo do mar a poucos metros da faixa de areia da praia.

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O membro, com aproximadamente dois metros de comprimento e 50 centímetros de largura, estava sob a areia e impedia a movimentação do corpo.

Como há risco da nadadeira estar infectada, toda a área foi isolada para evitar a contaminação de pessoas que acompanham os trabalhos na praia.

A carcaça foi colocada sobre uma duna. Ainda nesta terça, médicos veterinários da Associação R3 Animal e da Universidade do Extremo-Sul de Santa Catarina (Unesc) farão a coleta de material do animal morto para análise.

A veterinária Cristiane Koslenikovas disse, pela manhã, que há a possibilidade dos trabalhos se estenderem até a quarta-feira, quando a baleia deve ser enterrada, na região.

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Durante a rolagem do animal para a parte seca da praia, especialistas conseguiram comprovar que o exemplar é uma fêmea.

Retirada do mar

Os trabalhos para puxar o animal para a praia começaram por volta das 8h30min. Uma máquina retroescavadeira teve um problema mecânico, depois de chegar ao limite de sua capacidade na tentativa de mover o animal, com mais de 40 toneladas.

A força-tarefa montada para retirar o animal morto da água conta com o apoio de militares do Exército e da Marinha.

Cronologia

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Terça-feira, 7 de setembro. A Polícia Militar Ambiental recebe pela manhã a informação de um pescador de que uma baleia franca encalhou na praia, em Laguna. Pesquisadores começam a monitorar o animal e tentam fazer o resgate, sem sucesso.

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Quarta-feira, 8. Especialistas buscam um rebocador para tentar remover o animal da areia. Cerca de cem pessoas, entre curiosos, ICM Bio, polícia e projeto Baleia Franca vão ao local para acompanhar o resgate, mas o mar agitado dificulta os trabalhos. Depois de mais de 24 horas de encalhe, o animal fica com a saúde cada vez mais debilitada e apresenta frequência respiratória lenta. O local é isolado, e os especialistas passam a cogitar a eutanásia, se as tentativas de resgate não derem certo.

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Quinta-feira, 9. A baleia franca encalhada apresenta sinais de exaustão. Para evitar que o animal fique desidratado, especialistas jogam água sobre o corpo do mamífero. Eles se esforçam para resgatar o animal, mas a operação se mostra complicada pela localização da baleia. O uso de rebocadores é descartado, porque os barcos não conseguiriam chegar próximo o suficiente do local onde a baleia está. Diminuem as chances de sobrevivência do animal, que mede 15,80 metros e pesa entre 40 e 50 toneladas.

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Sexta-feira, 10. Há dias lutando para resgatar a baleia, os especialistas verificam que o animal continua em estado de choque. O mamífero não se move mais e apenas respira. Voluntários recolhem a água do mar com baldes para jogar sobre o corpo do animal e evitar o ressecamento da pele. O sacrifício da baleia era visto como a única alternativa para evitar que o animal agonize por mais tempo na praia, até morrer. Os especialistas, após esgotarem as possibilidades de resgate, decidem pela eutanásia. No começo da noite, são aplicados os medicamentos.

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Sábado, 11. Mesmo recebendo uma alta dose de medicação, a baleia ainda resiste e agoniza na praia. A resistência do animal surpreende os especialistas, que monitoram o mamífero. Sem mais alternativas, a equipe segue cuidando da baleia e aguarda a morte natural do animal.

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Domingo, 12 Estado de saúde do animal continua estável. Médicos veterinários, biólogos e demais integrantes do grupo de especialistas que monitoram as condições de saúde da baleia decidem por aplicação de mais medicamentos, com doses mais fortes, para pôr fim ao sofrimento do animal.

Segunda,13 Envolvidos em nova tentativa de sacrifício da baleia buscam recursos para conseguir as novas doses de medicamentos a serem aplicados no animal, na segunda tentativa de sacrifício. Na primeira tentativa de sacrificar o mamífero, foram usados recursos da Universidade do Estado de Santa Catarina, mas os especialistas decidiram aplicar uma outra medicação, já que a utilizada anteriormente não provocou a morte da baleia. Antes da noite, empresários locais cederam recursos para a compra do medicamentos. A equipe de especialistas volta a se reunir por três horas para decidir quando o processo de morte terá início.

Terça, 14

Durante a madrugada, equipes aproveitam a maré baixa para dar início à segunda tentativa de sacrifício da baleia. Aplicação de medicamentos ocorre com sucesso e animal morre em seguida.

Vídeo mostra tentativa de resgate:

Força-tarefa

Participaram das operações de tentativa de resgate e sacrifício da baleia franca integrantes da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, do Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes (ICM), Projeto Baleia Franca (PBF), Instituto Baleia Franca (IBF), Associação R3 Animal, Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), do Laboratório de Mamíferos Aquáticos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Capitania dos Portos, além de representantes da Polícia Militar Ambiental e dos Bombeiros.

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