No verão de 2000, um grupo do Programa de Formação e Qualificação Profissional na Produção Pesqueira (Profipesca) da Univali encontrou em alto-mar um balão inflável, murcho e com muitas perfurações. Recolheram a enorme circunferência branca.

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A partir daí, a estrutura de três metros de diâmetro começou um novo caminho, se tornando símbolo interativo da preservação e da consciência ambiental. O responsável por isso é um mineiro de Milho Verde, estudante de Oceanografia na Univali, que quando vivia em Minas Gerais já trabalhava como designer de balões.

Quando a equipe do Profipesca levou o objeto até a Univali, Carlos Magno de Lima e Silva, 50 anos, começou a recuperação do material. Com a ajuda de colegas e profissionais interessados no restauro, ele consertou os furos e arranhados maiores, pintou e inflou novamente o balão e decidiu que a estrutura trazida do mar deveria ser usada em benefício da natureza.

Já em 2001, com o mapa-múndi desenhado na superfície, o balão estreou em eventos relacionados ao meio ambiente, restritos ainda à universidade.

– Primeiro o balão participou de Semana do Meio Ambiente e da Semana Nacional de Oceanografia, aqui na Univali, onde ele ficava exposto. Ele foi também para o Fórum Social Mundial, em 2003 em Porto Alegre, e lá foi carregado pela população. Todo mundo quer chegar perto, abraçar “o mundo”, fotografar, carregar nos eventos. O objetivo é mesmo criar esse envolvimento, chamar a atenção para questões ambientais de forma interativa, alegre, diferente – diz Silva.

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A presença do balão em fóruns sociais, congressos e conferências ambientais se tornou constante, e até na Rio+20, evento internacional ocorrido este ano no Rio de Janeiro, o objeto apareceu.

Cuidado

Como a vontade de mexer com o balão era muito grande, e a estrutura já reciclada não comportava tanto interesse popular, o estudante confeccionou outros dois balões – um deles produzido especialmente para que as pessoas brincassem e tocassem com menor preocupação.

Segundo Carlos, o balão resgatado no mar passa por reparos de tempos em tempos, evitando que ele murche ou volte a estragar.

– Como ele passa pelas mãos de muitas pessoas, em diversos eventos ambientais e sociais, então às vezes falta um pouco de cuidado. O balão tem marcas de furos de cigarro, de pontas de guarda-chuva, por isso acaba ficando mais para exposição. Usamos o outro para as pessoas escreverem, desenharem e deixarem mensagens – destaca.

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Confira o sucesso que o balão fez na Rio+20, em junho deste ano