Passada a corrida eleitoral no Estado, lideranças dos maiores partidos contabilizam os ganhos e perdas das alianças, da campanha e do resultado das urnas. Confira quem saiu em alta, em baixa ou permaneceu na mesma

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::: Apuração das Eleições: veja resultados de todos os cargos

SOBE

Raimundo Colombo (PSD)

Planejou uma vitória em primeiro turno contra adversários isolados do PSDB e do PT. Ou seja, quase tudo saiu dentro do script. Não conseguiu fazer o PMDB aceitar o PP na aliança governista, mas os pepistas não conseguiram vitaminar Paulo Bauer. Viu os adversários reduzirem de tamanho e ganhou a chance de mexer na estrutura do governo.

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Dário Berger (PMDB)

Conseguiu praticamente à força, agarrado à base do PMDB, a candidatura ao Senado que Colombo, Pinho Moreira e até mesmo Luiz Henrique não queriam lhe dar. Conquistou o engajamento do trio e a base peemedebista, que garantiu a vitória sobre Paulo Bornhausen. Na hora do voto, mostrou que é realmente predestinado. Nega, mas é pré-candidato ao governo em 2018.

Esperidião Amin (PP)

Foi isolado no PP durante os últimos quatro anos por Joares Ponticelli e João Pizzolatti. Quando a aliança com Colombo fracassou, mostrou força e conduziu o partido à composição com Bauer. Enfrentando máquinas mais azeitadas, foi o deputado federal mais votado, elegeu o filho deputado estadual e viu os adversários internos ficarem sem mandato.

Gelson Merisio (PSD)

Principal articulador político do governo, Merisio planejou a campanha para ser novamente o candidato mais votado na Assembleia. Estabeleceu um recorde difícil de ser batido: os 119 mil votos que recebeu significam quase 50 mil a mais do que o segundo colocado e do que o antigo recorde. Com essa força e o aumento da bancada do PSD, lutará pela presidência da AL.

Luiz Henrique (PMDB)

Desde 2002, não existe vitória política que não passe pelas mãos de LHS. Mesmo ausente de boa parte da campanha, sua presença na reta final garantiu a vitória de Dário Berger ao Senado no momento de maior risco. Segue sendo o fiador político de Colombo. Um único porém: não conseguiu aplicar seu plano original de incluir o PT na chapa governista.

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NA MESMA

Mauro Mariani (PMDB)

Defendeu a candidatura própria do PMDB ao governo, foi derrotado internamente, mas conseguiu inviabilizar a aliança com o PP, lançando Dário Berger ao Senado. Lutou para ser o candidato mais votado na Câmara mais uma vez, como em 2010, para pavimentar seu nome como pré-candidato ao governo em 2018. Ampliou a votação, mas ficou atrás de Amin e João Rodrigues.

Romildo Titon (PMDB)

Passou a maior parte da campanha pela reeleição licenciado da Assembleia e afastado judicialmente do cargo de presidente do legislativo. Na reta final, viu o TJ-SC aceitar por unanimidade a denúncia do MP-SC que o tornou réu. Mesmo assim, conquistou a reeleição, apesar de ter reduzido a votação em relação à eleição passada.

Paulo Bauer (PSDB)

Na metade do mandato de senador, arriscou-se como candidato ao governo do Estado para garantir palanque à candidatura presidencial de Aécio Neves. Mesmo com apoio do PP e do PSB, só na reta final conseguiu ameaçar a vitória de Colombo em primeiro turno, sem sucesso. O PSDB ficou menor em SC, mas se o tucano for eleito presidente, sairá fortalecido.

Eduardo Pinho Moreira (PMDB)

Com o controle da máquina do PMDB catarinense e o apoio de Luiz Henrique, conseguiu manter o partido na aliança de Raimundo Colombo. Sufocou as tentativas de outros peemedebistas de olho em sua vaga. Tem a expectativa de assumir o governo em definitivo no final de 2018 e até de concorrer ao governo.

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Décio Lima (PT)

Chegou a ser pré-candidato ao Senado, mas diante do isolamento do PT-SC preferiu garantir mais um mandato na Câmara dos Deputados. Sonha em ser o candidato do partido ao governo em 2018 e tinha expectativa de ser um dos mais votados. Conseguiu a reeleição, mas acabou fazendo menos votos do que em 2010. Seu diferencial em relação aos adversários internos: tem mandato.

DESCE

Joares Ponticelli (PP)

Condutor da aproximação do PP com o governo Colombo, tentou vencer as resistências do PMDB à adesão dos pepistas à coligação governista. Pré-candidato ao Senado, deixou outros nomes ocuparem as vagas para a Assembleia e a Câmara em sua região. Com a aliança inviabilizada, ficou sem opção além de ser vice na chapa de Paulo Bauer (PSDB). Ficou sem mandato.

Paulo Bornhausen (PSB)

Apostou no crescimento da candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB) e em uma aliança com PSDB na expectativa de que uma onda oposicionista o levasse ao Senado. Para isso, desistiu de uma reeleição tranquila à Câmara dos Deputados. No final das contas, acabou superado pelas máquinas do PMDB e do governo, ficando sem mandato.

Claudio Vignatti (PT)

Conquistou a presidência do PT-SC prometendo à militância que o partido teria candidatura própria contra Raimundo Colombo, enfrentando lideranças petistas que articulavam a aproximação em nome do palanque para Dilma Rousseff. Não conseguiu reunir tradicionais aliados e nem trazer petistas de peso para chapa. Entrega o partido menor do que recebeu.

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Leonel Pavan (PSDB)

O ex-governador liderava as pesquisas para o Senado quando surpreendeu até o PSDB e decidiu concorrer a deputado estadual. A expectativa era de que fosse um dos campeões de voto na disputa, mas foi apenas o 19º, muito longe dos líderes. Nem entre os tucanos se destacou, ficando em terceiro na bancada. Pelo menos voltou a ter mandato e tribuna.

Ideli Salvatti (PT)

Após a derrota de seu grupo para o de Claudio Vignatti na disputa pelo comando do PT-SC e do final das articulações para ser candidata ao Senado na chapa de Colombo, a ministra desistiu das urnas e permaneceu em Brasília. Teve presença discreta na campanha e terá que explicar ao Planalto a derrota de Dilma no Estado no primeiro turno.