A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 3,764 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, ante superávit de US$ 13,149 bilhões em igual período do ano passado. O resultado do ano até agosto é o pior para o período desde 1995, quando o acumulado dos primeiros oito meses foi déficit de US$ 4,127 bilhões.
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Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações no acumulado do ano somam US$ 156,655 bilhões e as importações, US$ 160,419 bilhões.
Em agosto, a balança tem superávit de US$ 1,226 bilhão, com exportações de US$ 21,425 bilhões e importações de US$ 20,199 bilhões. Na quinta semana de agosto, houve déficit de US$ 87 milhões: exportações de US$ 4,790 bilhões e importações de US$ 4,703 bilhões.
Déficit causado por conta petróleo
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, avaliou que o déficit da balança comercial brasileira é “conjuntural” e explicado pela conta petróleo, que tem saldo negativo de US$ 16,368 bilhões no acumulado do ano até agosto.
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Godinho ainda previu melhora na conta petróleo até o fim de 2013.
– Nós esperamos aumento da produção de petróleo, das exportações de petróleo e redução das importações de petróleo – disse. – Com o aumento da produção, parte dela será refinada dentro do país, o que reduzirá importações – explicou.
O secretário disse que o comportamento do câmbio (de alta do dólar em relação ao real) “é muito recente” e que ainda não foi verificado nos resultados de agosto.
– Se o câmbio se mantiver no patamar atual, é possível que impacte a balança comercial. No curto prazo, a tendência é de redução nas importações, que se concentram em bens de consumo. No médio prazo, temos tendência de aumento de exportações, que varia de acordo com o setor, pois os setores respondem de forma muito diferente à questão cambial – disse. Segundo o secretário, se os efeitos esperados do câmbio na balança comercial se confirmarem, o Brasil terá um “pequeno superávit” este ano.