A balança comercial do Japão registrou um déficit recorde em janeiro devido a um aumento das importações de energia e à queda das exportações de maquinário e produtos eletrônicos, disse nesta segunda-feira o Ministério das Finanças.

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A balança comercial da terceira maior potência econômica mundial registrou um saldo negativo de 1,475 trilhão de ienes (14,75 bilhões de euros; 18,5 bilhões de dólares). Trata-se do quarto mês consecutivo de déficit, algo inédito desde a crise financeira internacional de 2008-2009.

Em janeiro, as importações do arquipélago cresceram 9,8% com relação ao mesmo mês de 2011, a 5,985 trilhões de ienes, devido à alta dos gastos com energia. Este mês costuma ser, no entanto, mais propício às exportações, devido ao fechamento de várias empresas durante as festas de início de ano.

– O déficit pode durar até o início de 2013 – disse Yuichiro Nagai, analista do Barclays Capital.

O Japão importou volumes altos de gás natural liquefeito (GNL, +28,2%) e carbono (+7,8%), para aumentar a produção de eletricidade de suas centrais térmicas e compensar o fechamento da maioria dos reatores nucleares.

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A produção nuclear japonesa caiu a um mínimo desde a catástrofe da central de Fukushima, provocada pelo sismo e pelo tsunami de 11 de março. A quase totalidade das 54 unidades do país interromperam seu funcionamento ou não voltaram a ser utilizadas, por precaução, após uma operação de manutenção regular.

A queda das exportações para a China, maior consumidor do Japão, foi particularmente forte em janeiro (-20,1%), devido às celebrações do Ano Novo lunar. Também foi diminuído o faturamento de vendas a outros países asiáticos, devido a uma menor demanda das fábricas de montagem desses mercados.