Prestes a lançar novo álbum de inéditas, o Raimundos volta ao palco principal do Planeta Atlântida (SC e RS) para juntar seus fãs e angariar outros tantos que ainda não estão familiarizados com a roda de pogo – momento-chave de qualquer show de punk rock, mas com gostinho especial à brasileira nesse caso.

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Marcada para amanhã, em Floripa (e fevereiro no RS), a apresentação vai ser uma dobradinha com o grupo de rap carioca ConeCrewDiretoria. As clássicas da banda, como Mulher de Fases e Me Lambe, certamente serão ouvidas e entoadas em coro pelo público. Na entrevista com o baixista Canisso, o motivo fica explicado: o passado foi incorporado como parte da trajetória da banda, mesmo que isso signifique serem comparados à época em que Rodolfo comandava os vocais, até 2001. Segundo ele, essa comparação só motiva a serem melhores a cada dia.

E o Cantigas de Roda é fruto dessa busca por explorar uma sonoridade nova, mas sem se esquecer do passado. Com lançamento previsto ainda no primeiro trimestre deste ano, é possível ter um gostinho do que vai ser esse trabalho assistindo ao clipe de Politics, faixa liberada no YouTube. Ansiedade pouca é bobagem, porque já tem 12 anos que os caras não entram em estúdio para gravar um CD de inéditas, o último foi Kavookavala, em 2002.

O reconhecimento vem de longe. Com mais de 20 anos de estrada, o grupo foi convidado para abrir o show da banda californiana OffSpring, que acontece mês que vem em Floripa. Motivos não faltam para acreditar que 2014 é um grande ano para o grupo.

Entrevista com Canisso, baixista do Raimundos

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Neste ano vocês estão de volta ao palco principal do Planeta Atlântida. Como é a experiência pra banda?

A gente tocou ano passado com o Detonautas no palco principal, mas foi mais cedo. O Pretinho Básico (palco de 2012) foi muito legal, até uma surpresa porque encheu muito. Acabou extrapolando os limites. E, putz, temos uma história com o Planeta muito bonita. Tocamos em várias versões lotadas. O fato de estarmos voltando para o palco principal – andou-se falando sobre sermos a atração mais aguardada – acho que é meio consequência desse trabalho de estarmos correndo atrás para mostrar a banda como ela é de verdade, como a sonoridade evoluiu, como a formação está estabilizada. É meio que fruto disso tudo. A notícia se espalhou: “Raimundos é bom! Vai encher! Vai ser bonito! Vai vir uma galera só para ver!”.

E como rolou de abrir o show do Offspring?

Alguém conhecia, viu que as bandas têm uma história e públicos parecidos. Só vai somar. Abrir um show especificamente de uma banda assim a gente nunca fez, mas já nos apresentamos em festivais com diversos grandes nomes.

Como surgiu a ideia de crowdfunding para o novo álbum?

Nossa primeira experiência foi com o show em 2011 pelo Ativa Aí. As pessoas compravam cotas antecipadas e se fosse atingida a meta rolava o show. Foi um sucesso! Vimos que essa era uma opção para ter maior controle sobre nosso trabalho. A gente ouviu uma mixagem que o Billy (da banda Biohazard) tinha feito de uma banda de amigos nossos de Floripa, a Bife Killers. O cara deu um upgrade realmente na mix, sentimos uma sonoridade melhor, sacou? Eles fizeram a ponte e começamos a conversar com o Billy sobre a produção do disco. E ele veio novamente com essa ideia do crowdfunding. A gente pensou: uma nova forma de você interagir com o seu fã sem precisar do intermediário da gravadora.

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Como vocês conheceram o Billy?

Eu o conheço desde meados da década de 1990. Depois o encontrei numa gravação de um clipe do Rodox. E ao mesmo tempo ele é amigo do Binho, que também é um brother nosso de Floripa. Além disso tudo, o Caio é muito fã do Biohazard e sempre quis gravar um disco produzido pelo Billy. E aí sabe aquela coisa que você pede para o universo e acontece? Foi meio que uma coincidência astral. A mix do Bife Killer bateu com vontade do Caio e o Binho fez a ponte. Ele topou a ideia na hora. Além disso, tem um grande conhecimento da música brasileira e fala português também.

Essa foi a primeira gravação de um álbum de estúdio da banda com o Caio (batera).Como foi essa experiência?

Putz, o problema todo é que eu não estava na gravação. Fiquei no Brasil. Quando meu visto chegou os caras já tinham gravado e voltado para o Brasil. Para não perder o timing, o Billy veio dos Estados Unidos e gravamos excepcionalmente o baixo depois. Para mim pode até ser que tenha sido melhor, porque fiquei mais concentrado. Fiquei tão obstinado que durante o tempo que eles passaram lá fora eu fiquei treinando as linhas de baixo. Acho que tinha que ser desse jeito.

E o resultado?

A gente está fazendo com o maior cuidado possível, inclusive dificulta muito essa coisa da mix ser feita pelo Billy lá fora. Ele manda, a gente aprova e o som volta. É complicado, porque temos noção que as pessoas vão dar muita atenção, analisar e comparar esse trabalho com o restante da nossa carreira. Então, queremos que saia o melhor possível.

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O nome Cantigas de Roda veio de onde?

É um jogo com as palavras. A roda que a gente está falando é a roda-viva, a roda do slam dance, das pessoas pogando, que é um momento característico do show do Raimundos. São cantigas para fazer a roda comer e a poeira subir.

Não tem nada a ver com voltar às raízes regionalistas?

Isso é uma coisa que está implícita. O Raimundos tem uma coisa de ter essa cara nacional, de não ter vergonha de assumir suas influências nordestinas, o forró, aquela coisa da temática, de ouvir o triângulo ao fundo. Mas é basicamente um disco de rock pauleira. Um disco onde as cantigas são feitas para roda e essa é a roda que as pessoas vão encontrar é a do slam dance, do pogo.

O que vai rolar nos camarins dos caras

Se liga aí nos pedidos das bandas para o show do Planeta

Raimundos

1 Espelho grande

6 toalhas de banho

10 águas de coco

2 caixas de água mineral sem gás

1 garrafa térmica de café; Cestas de pães (normal e integral)

Tábuas de frios (presunto/queijo/salames de qualidade e peito de peru)

Frutas da estação (morango, kiwi, uvas)

Salgadinhos assados sortidos

Pizzas (mussarela, calabresa ou marguerita) sem cebola

10 unidades de Toddynho geladas

1 caixa de bombons (Lacta, Garoto ou Nestlé)

Cone Crew Diretoria

6 Toalhas de rosto;

85 Latas de energético (Red Bull)

50 Garrafas de água de 500ml (sem gás)

6 Pacotes de chocolate Bis

2 Pizzas grandes (mussarela) e comida japonesa para toda equipe

2 Pacotes de Amendoim Agtal grandes