Depois de dois CDs autorais, um projeto de músicas internacionais e um DVD gravado ao vivo, Rodrigo abre o leque de estilos no novo CD: Motel Maravilha. O quinto solo de Rodrigo investe na diversificação de sonoridades, sem perder o foco principal, que é ser um disco basicamente roqueiro. Baixista do Barão Vermelho nos últimos 22 anos, fundador dos Britos e mais recentemente do Rodrigo Santos & Lenhadores, entre muitas outras bandas que integrou, Rodrigo define o conceito do CD:
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– Dessa vez ampliamos o passeio pelas linhas imaginarias que separam o rock do samba, do pop, do jazz, do rythm n´blues, do ska e até do punk-rock. As canções foram compostas no violão e assim mostradas ao produtor, Nilo Romero, e elas nos surpreenderam ao longo de dois meses de trabalho -, conta.
Muito trabalho e uma agenda lotada, diga-se de passagem: no período de gravação do CD, Rodrigo fez uma media de 20 shows por mês, sem contar a turnê nacional do Barão Vermelho, que comemorou 30 anos do primeiro disco da banda. ?
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Confira a entrevista na íntegra:
Como andam os shows e o lançamento do Motel Maravilha, seu novo trabalho?
Rodrigo Santos – Muito bacanas. Temos tido muita procura e a agenda transita entre 15 e 20 shows por mês. Com a chegada de “Motel Maravilha” e as músicas entrando nas rádios, comecei uma nova fase de shows, que é a da transição de uma turnê para a outra, pois não paramos de fazer shows nesse período das gravações. Então, na verdade o novo show está sendo tipo um mix, do show do DVD “Ao Vivo Em Ipanema” com o CD “Motel Maravilha” e continuamos com um show de sucessos, só que com a chegada de seis músicas novas no repertório. ?
Como vem sendo a sua vida desde 2007, quando você foi atrás de seu sonho e impulsionou sua carreira solo, ao lançar o Um pouco mais de calma?
Rodrigo Santos – Caramba, já aconteceu tanta coisa que nem sei como resumir esses seis anos. Bem, fui criando um forte e variado mercado de shows com meu trio Rodrigo Santos & Os Lenhadores, o que me deu fôlego para continuar gravando discos. Foram cinco discos e um DVD em seis anos de carreira solo, até agora. Já tenho o sexto e sétimo Cd engatilhados para o ano que vem. Tive gratas surpresas nesse tempo, como dividir o palco com diversos artistas consagrados, aperfeiçoar minha maneira de cantar, melhorando o domínio da voz. Além disso, também desenvolvi bastante meu lado empresarial ao centralizar as decisões de 2007 para cá, tanto na parte musical como na venda de shows, criação, produção, desenvolvimento, direção e realização dos projetos. ?
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As coisas aconteceram como você imaginou? Se sente realizado? O que falta?
Rodrigo Santos – Aconteceu parecido com que imaginei, mas não tinha ideia do tanto de coisas que eu criaria em seis anos, do número de parcerias que faria e nem da total realização de tudo. Minha força de vontade em atingir os objetivos foi determinante para ir quebrando barreiras. Não imaginaria que começaria parcerias com Andy Summers ou Roberto Menescal, que um DVD meu seria – em tão curto espaço de carreira solo – repetidamente exibido numa grande TV, faria mais shows com meu trabalho solo do que com o Barão Vermelho, que um integrante do Guns’n’ Roses participaria de um disco meu e daria canjas nos shows, que Miele participaria de um clipe meu e mais ainda, que conseguisse manter minha banda com 16 shows por mês na estrada trabalhando seguidamente. Isso foi uma conquista gradual, suada, mas com foco. Me sinto realizado ate a página 2, pois na minha cabeça o melhor sempre está por vir e novos desafios serão criados. Na verdade, me sinto mais feliz e motivado a cada dia. Sou inquieto, então, se por um lado não falta nada, por outro falta tudo! O que não tolero é estagnação. ?
A música Motel Maravilha, que dá o nome ao CD é uma parceria com George Israel, do Kid Abelha, e com Mauro Santa Cecília, poeta habitual nos créditos do Barão e, também, do Frejat. Como foi a escolha e como é trabalhar com essa dupla?
Rodrigo Santos – Mauro é poeta habitual nos meus CDs também. Juntos, fizemos algumas músicas para o Barão nos discos de 2004 e em 2007, no meu primeiro CD solo, “Um pouco mais de calma” e fizemos três parcerias, sendo que uma delas entrou na trilha da novela “7 Pecados” (“Pão-Duro”). No meu segundo solo, também tivemos parcerias e é claro que não podia faltar nesse novo trabalho. Mauro é meu parceiro desde 1999 e George também. Compusemos “Cidade Partida” para o meu primeiro CD e várias músicas inéditas para Os Britos. Em 1999, eu, Mauro e George, montamos um núcleo de composição. Toda segunda feira nos encontrávamos para compor e chegamos a fazer mais de 30 músicas. Algumas entraram no disco do George (2004), outras no do Mauro (que eu mesmo produzi em 2011) e outras no meu, em Motel Maravilha, que é dessa safra. Nós três somos parceiros há anos. É um prazer para mim! ?
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A música Motel Maravilha é um samba. O que te impulsionou a escolher esse ritmo?
Rodrigo Santos – Foi no instinto. Enquanto conversávamos sobre a história que aconteceu com um amigo nosso, as frases que saiam eram tão musicais, que começamos a cantarolar como um samba e buscamos a harmonia no violão. Já nasceu em formato de samba. No estúdio, Nilo Romero deu um ar mais elegante nela, de samba jazz e o pandeiro de Marcos Suzano fez toda diferença no arranjo final. Eu gosto de samba de raiz, tenho mais uns quatro sambas compostos, mais por diversão do que com algum objetivo concreto de gravar. Algumas coisas componho pra mim mesmo e talvez nunca entrem em disco algum. “Motel Maravilha” achei que era a cara do disco, pra cima, com humor dentro do rock, nesse caso, do samba. Também quis que fosse o nome do CD, pois resumia bem o espirito do álbum.
O CD Motel Maravilha ficou como você esperava?
Rodrigo Santos – Ficou muito melhor do que eu esperava. Quando convidei o Nilo Romero, nem sabia que ele gravava guitarras, teclados, gaita e isso foi uma bela surpresa para mim e acho que para ele também. Nilo se jogou de cabeça no disco e achou soluções bem bacanas para minhas “demos” de voz e violão. Praticamente deixei o disco nas mãos dele. O que sugeri desde o começo, foi que ele jogasse fora todos meus violões e começasse as canções pelo ponto de vista das guitarras, pois eu queria um disco menos folk e mais rock. Nessa mesma direção, do rock e da festa, pedi que ele chamasse um naipe de metais e umas backing vocals para gravar. Em outros discos, gravei todos os vocais e o naipe era de teclado, mas nesse foi diferente, dividi os vocais com Jussara e Jurema e o naipe foi gravado por dois profissionais do mais alto gabarito, os irmãos Aquiles e Everson de Moraes. Me concentrei mais na voz e nas letras, até chegar a uma interpretação que me deixasse feliz. O resultado me agradou muito mesmo. Acho o meu melhor disco. ?
Muitos fãs sentiram falta de ouvir você no baixo. Você optou por não tocar por algum motivo especial?
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Rodrigo Santos – Ah, isso acontece (rs). Mas foi uma coisa normal. Como eu estava muito na estrada fazendo shows e o disco tinha que andar, o Nilo foi gravando os instrumentos em cima da “demo”, mais como uma pré-produção mesmo, para quando eu voltasse dos shows, gravasse por cima dos baixos dele. Porém, quando escutei, já achei muito bom e decidi não mexer no que eu já estava adorando. Afinal, o Nilo é um exímio baixista, não tinha porque trocar uma coisa que já estava ótima. Deixamos, então, apenas alguns baixos que eu já havia gravado nas demos, como nas musicas “Azul”, “O Processo”, além da que gravei no estúdio do Nilo, “Me Dê Um Dia a Mais (por ser minha parceria com Andy Summers). Ainda acabei gravando a “Canção do Ananha”, no estúdio do Dado Villa Lobos, quando eu tinha ido apenas ver o Kadu gravando a bateria. Como cheguei de surpresa no estúdio e era uma musica que eu havia composto aos 48 do segundo tempo, acabei sendo surpreendido com o exato momento em que iam começar a gravação de base. Nilo me olhou e falou: – Ah! Já que você chegou, toma aí! E me passou um Hoffner, igual ao do Paul McCartney. Aí não resisti e gravei (rs). Mas os fãs devem ficar felizes, pois tem dois baixistas no CD e nos shows estou tocando baixo em todas! ?
Lá no começo da carreira, qual foi o motivo de você escolher tocar baixo?
Rodrigo Santos – O Paul McCartney e os Beatles. As linhas de baixo de canções como” All My Loving” me pegaram de jeito, aí fui fundo na obra toda dos Beatles. Depois a “culpa” foi do Dadi, do Liminha, do Didi Gomes, do Arnaldo Brandao e do Sting, respectivamente com os trabalhos nos Novos Baianos/A Cor do Som, Gilberto Gil/Lulu, Pepeu Gomes/ Moraes Moreira, Caetano Veloso com A Outra Banda da Terra e toda a obra do The Police. Eu já tocava violão de aço e nylon, mas o baixo venceu. Depois, vieram os discos do America, Jean Luck Ponty, Stanley Clarke, Nico Assumpção, Supertramp, Fletwood Mac, Rolling Stones, Cat Stevens, George Harrison e Crosby,Stills, Nash & Young. ?
Além da música Motel Maravilha, qual outro hit você acredita que ficará na cabeça da galera?
Rodrigo Santos – “Azul”, “Remédios” e “Essa Canção é Nossa” já estão nas rádios e nos shows. Vieram pra ficar no repertorio. “Me Dê Um Dia a Mais” corre por fora e é boa nos shows. Mas as três primeiras citadas saíram na frente, além de “Motel Maravilha”. ?
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Como foi tocar com o Barão Vermelho na turnê comemorativa + 1 Dose?
Rodrigo Santos – Sensacional! Uma diversão pura, como ha muito tempo não tínhamos! Barão é a MAIOR banda de rock do Brasil e talvez uma das melhores do mundo, com 30 anos de história e sucessos. Não é para qualquer um. Somos ótimos individualmente, mas insuperáveis coletivamente. Que seja de vez em quando, mas que seja pra sempre. E que seja como foi essa pequena tour, lotada e divertida! ?
Vocês são uma banda referência no rock nacional, as músicas do Barão já marcaram muitas gerações. Quando você apareceu com o seu primeiro CD solo, como foi a repercussão?
Rodrigo Santos – E hoje, com o Motel Maravilha, o público é receptivo? Impressionante, que mesmo em época de pirataria e gravadoras acabando, um trabalho como o meu tenha vindo num crescente de publico e shows. Desde o primeiro disco, o público e a critica foram favoráveis e a luta que vim travando por espaço, fez crescer o respeito das pessoas ainda mais. O fato de eu ter montado um super power trio (com Fernando do Barão e Kadu ex Kid) , fez com que o show ficasse muito forte e requisitado. A receptividade de “Motel Maravilha” está bem acima do que eu esperava, tanto em que ouve o disco, como na visão da crítica, músicas nos shows. ?
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Agora, quais são as próximas cidades que serão agraciadas com a divulgação do Motel Maravilha?
Rodrigo Santos – Já passamos – e voltaremos em breve – por Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Joinville, Teresina, Cascavel, Curitiba, Toledo, Ponta Grossa, Campo Grande, Ribeirão Preto, São Jose do Rio Preto e estamos indo para Belo Horizonte e São Paulo essa semana. Voltaremos ao Rio dia 08 de agosto, no Teatro Oi Casagrande, e tem muita coisa marcada pra frente. ?
Quando volta a tocar em Florianópolis? Curtiu o público daqui?
Rodrigo Santos – Adoro tocar aí! Sempre é um prazer. O público nos recebe muito bem, lota a casa sempre, canta tudo. Tenho muitos amigos na cidade e, às vezes, conto com a luxuosa participação de Teco Padaratz. Devo voltar em outubro ou novembro.