Depósito de construção na frente de casa, caixas de papelão cheias de sapato em local descoberto, bromélias nos quintais e terrenos baldios com lixo e embalagens descartáveis revelam que os moradores do bairro São Vicente, em Itajaí, estão menos preocupados do que deveriam com a dengue.
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Com cinco contaminações ocorridas na localidade e outro caso confirmado, Itajaí vive um surto do vírus.
Os itens listados foram vistos sexta-feira rua Manoel Francisco Coelho e arredores, locais que compõem o perímetro delimitado pela prefeitura para fazer as operações e matar os mosquitos. Em caso de chuva, os entulhos e objetos podem se tornar criadouro do mosquito. O aedes Aegypti precisa de água parada, matéria orgânica _ como parte de uma planta _ e sombra para botar ovos.
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A comerciante Paula Nussner, 25 anos, que trabalha e mora no São Vicente, sabe da infestação de focos positivos de aedes aegypti. Ela foi informada por uma agente da prefeitura que visitou a sua loja há cerca de dois meses. Mas não está com medo.
– Vou te falar que não parei para pensar nela (dengue) ainda. A gente só se preocupa quando acontece com a gente – disse, enquanto concluía a pintura na calçada em frente a sua loja na rua Manoel Francisco Coelho.
Segundo Paula, como a agente não identificou nada que pudesse se tornar foco do mosquito no comércio, ela não precisou fazer nenhuma adequação.
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– Aqui e lá na casa da mãe (em uma rua próxima) não há nada que acumule água, não tem vaso de planta – disse.
A comerciante contou que não está ouvindo os clientes ou vizinhos conversando sobre a doença ou mosquito.
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Um exemplo que soa como exceção no bairro é o do empresário Idanilo Kuhnen, 50 anos, que reservou o dia para limpar o terreno baldio atrás da sua casa, na rua Acedilio Monteiro de Lima, no São Vicente.
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– Fazia a limpeza aqui uma vez por mês, mas como estamos com este surto de dengue, a gente reforçou e agora está limpando a cada 15 dias – conta.
Idanilo retirou do terreno uma caçamba de lixo. No meio do entulho havia embalagem plástica, que no caso de chuva, acumula água e pode virar criadouro do mosquito.
– A gente procura deixar limpo, mas limpa de manhã e quando passa novamente já está cheio de novo. O que já tirei de lixo daqui não é brincadeira – desabava.
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Hoje o Programa de Controle da Dengue de Itajaí vai fazer um mutirão de limpeza nos arredores da rua Manoel Francisco Coelho. Um grupo de 15 agentes vai visitar as casas da comunidade com a missão de eliminar todos os focos positivos do mosquito, além de orientar as pessoas sobre como manter os terrenos livres do aedes aegypti.