Lar de políticos e empresários que marcaram a história de Santa Catarina, a Praia de Cabeçudas, em Itajaí, é considerada o berço catarinense do chamado turismo de sol e mar. Aconchegante e charmoso, o bairro preserva até hoje a tranquilidade de décadas atrás, quando a competição pela preferência dos turistas com a badalada Balneário Camboriú ainda não existia.

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Com a mudança no perfil nos últimos anos, a localidade tenta agora se recuperar das marcas do tempo, que não priorizaram a infraestrutura da região.

Convidado pelo Sol Diário para participar da série Itajaí Bairro a Bairro, o empresário Osmar Guilherme Schmitt, 50 anos, sempre viveu em Cabeçudas – e não trocaria o lugar por nenhum outro canto de Itajaí. Para ele, a beleza natural e a tranquilidade tornam o bairro único não só em Itajaí, mas em Santa Catarina.

– Cabeçudas já foi um balneário muito importante para o Estado, que já nos deu até governadores. Hoje, é uma área de lazer da cidade inteira, um espaço altamente democrático a que todo mundo tem acesso – avalia Osmar.

Cabeçudas começou a ser usada como balneário no início do século 20 e foi residência de verão de diversas personalidades políticas catarinenses, como o casal Irineu Bornhausen e Marieta Konder Bornhausen, além de tradicionais famílias de industriais de Brusque, Blumenau e Joinville, como os Renaux, Buettner e Malburg.

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Infraestrutura

Dono do Hotel Marambaia, construído por seu avô, Osmar acredita que o desenvolvimento da Praia Brava nos últimos anos é benéfica para Cabeçudas. Ele aponta que agora, com a característica menos de balneário e mais de bairro propriamente dito, a região começa a criar um sentimento de comunidade e a ter vida própria.

A dependência do Centro e de outros bairros maiores, aos poucos, diminui, e a expectativa é de que o projeto de revitalização da orla impulsione essa transformação. São previstas a reconstrução das calçadas, a melhoria no acesso a Cabeçudas e a pavimentação de sua principal rua.

– Como o bairro é pequeno, a maioria das pessoas tinha sua vida no Centro da cidade. A tendência é melhorar – comenta.

Por que meu bairro é o melhor lugar do mundo?

“Porque nasci e fui criado aqui, então tenho uma forte ligação com Cabeçudas. Acordar em um lugar desse tem uma mágica especial, é único.”, Osmar Guilherme Schmitt

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Curiosidade

A praia de Cabeçudas deve seu nome às pedras grandes e arredondadas como cabeças, pedras “cabeçudas”, ali existentes. Já foi local de moradia de populações indígenas, os tupi-guaranis ou carijós, conforme comprova a descoberta do sambaqui, na década de 1970, na área do Iate Clube, sítio arqueológico que foi então pesquisado pelo arqueólogo Padre João Alfredo Rohr.