Dono da citação “quem não ama a solidão também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre”, Arthur Schopenhauer foi um dos responsáveis por preencher o vazio que o bailarino Adilso Machado encontrou ao mergulhar no tema solidão. Stanislavski e Camus também alimentaram as reflexões transformadas em movimentos e levadas pela primeira vez ao palco neste sábado e domingo, no Sesc Joinville.

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Solidão Pública é um espetáculo solo de dança contemporânea resultado de um longo período de maturação. O processo de criação começou com leituras e chegou a um retiro no maior deserto de sal do mundo. No salar de Uyuni, na Bolívia, o bailarino ficou isolado por cinco dias, em 2012.

– Eu tinha lido bastante sobre o tema, mas faltava senti-la no corpo – conta.

Só assim, quase no fim do processo, é que a coreografia de Solidão Pública surge: o pensamento solitário de um bailarino que se torna público por meio da dança.

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– O movimento é a última coisa visitada neste projeto – completa ele ao falar sobre o processo de criação.

Além das apresentações, Adilso, que é integrante da Cia. Cena 11, de Florianópolis, há oito anos, também promove a oficina Modos colaborativos de investigação, voltada muito mais para dividir as reflexões do espetáculo do que a prática em si. O encontro será no sábado, das 9 horas ao meio-dia, e é gratuito.

A música do espetáculo será feita ao vivo pelo compositor, produtor musical e sonoplasta Tom Monteiro, de São Paulo. O projeto é financiado pelo Edital Elisabete Anderle de 2013. Depois de estrear em Joinville, apresentação e workshop serão levados para Itajaí, Lages, Criciúma e Florianópolis.

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No currículo, Adilso tem o espetáculo Carta de Amor ao Inimigo, SIM – Ações Integradas de Consentimento para Ocupação e Resistência, Guia de Ideias Correlatas, Embodied Voodoo Game e Pequenas Frestas de Ficção sobre Realidade Insistente. Este é o primeiro trabalho individual do bailarino patrocinado por editais. Antes, ele desenvolveu independentemente Ruínas (2012-2013), Interferências dos Encontros (2011) e O Estado em que me Encontro (2008-2009).

O QUÊ: espetáculo Solidão Pública.

QUANDO: sábado e domingo, às 20 horas.

ONDE: Teatro do Sesc Joinville, rua Itaiópolis, 470.

QUANTO: gratuito.

O QUÊ: oficina Modos colaborativos de investigação.

QUANDO: sábado, das 9 ao meio-dia.

ONDE: Teatro do Sesc Joinville, rua Itaiópolis, 470.

QUANTO: gratuito. Inscrições antecipadas pelo e-mail alexf@sesc-sc.com.br.