Kamila Cristina de Abreu, 17 anos, aprendeu cedo que todo sacrifício, esforço e dor seriam recompensados. Natural de São José, ela vive desde os 10 anos em Joinville, quando foi selecionada para estudar na Escola do Balé Bolshoi no Brasil. Agora a bailarina vai fazer um intercâmbio de três meses na Áustria junto com mais 14 bailarinos – entre eles Wagner Carvalho, de Rio Negrinho – e dançar o espetáculo O Lago dos Cisnes.

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Enquanto se prepara para a primeira viagem internacional, Kamila sonha alto: quer ingressar em alguma companhia estrangeira, quando se formar no ano que vem.

Calos, bolhas e dores musculares

Para isso, mantém a ponta dos pés no chão, mas salta sempre que necessário. São horas diárias de ensaios e estudos à tarde, alternadas com as aulas do último ano do ensino médio, no período da manhã. E desde que foi selecionada para a montagem na Escola Salzburg Ballet, passou a ensaiar também todas as noites com o diretor da instituição, Peter Breuer.

Ela vive em uma república com mais 11 bailarinos. Folga somente nos fins de semana, quando visita a família. Calos, bolhas e dores musculares fazem parte da rotina. A recompensa chega ao final de cada espetáculo.

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– Os aplausos e o carinho do público compensam qualquer dor. É uma sensação maravilhosa ver que deu tudo certo, que conseguimos fazer os passos com perfeição -explica Kamila.

Natural de São José?

Kamila estudou na Escola Estadual Maria Luiza de Melo, de São José, e foi lá que descobriu muito cedo sua vocação. Participou do Projeto Dança na Escola e, quando surgiu a oportunidade no Bolshoi, em convênio com a prefeitura de São José, não pensou duas vezes.

A mãe, Zeneide Correa, lembra que a filha foi passando em cada etapa até finalmente se classificar junto com outros três alunos da rede municipal:

– Foi muito difícil deixá-la ir para longe tão pequena, mas vi que ela estava feliz, nunca pediu para desistir, então, sempre apoiamos.

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A secretária de Educação do município, Méri Hang, destaca que dos quatro participantes mantidos inicialmente pelo convênio da prefeitura, somente Kamila e outro menino permaneceram no Bolshoi, já que a o nível de exigência é muito grande.