Uma dupla porreta, arretada. Estes seriam os adjetivos utilizados no Nordeste para definir o futebol do baiano Thoni e do alagoano Badé, destaques da Chapecoense na primeira partida da final do Campeonato Catarinense. Thoni participou dos dois primeiros gols, Badé, do primeiro, além de ter feito o terceiro, um golaço.
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Apesar do sotaque, os dois nordestinos estão acostumados com o Sul. Badé, aos 27 anos, está há 11 na região, com residência em Curitiba, onde já conquistou dois estaduais, um pelo Coritiba, outro pelo Atlético. Em Santa Catarina atuou no Avaí, Criciúma e, agora, Chapecoense.
Thoni está no Sul há cinco anos, onde já jogou no Caxias-RS, Veranópolis-RS, Joinville e Inter-SM. Mas ainda não conquistou nenhum estadual.
– Espero ganhar o primeiro aos 29 anos, com a Chapecoense – previu o baiano.
Ambos estão bem adaptados a Chapecó e gostam do carinho da torcida. Quando estão de folga, saem para tomar um sorvete. Mas ambos também têm muitas coisas diferentes.
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Thoni é evangélico, gosta de ficar em casa com a mulher e os filhos Beatriz e João Gabriel, prefere músicas evangélicas. Ou, então, a música Lamento Sertanejo, de Luiz Gonzaga, interpretada por Gilberto Gil. Ele a ouve quase diariamente, antes dos treinos e dos jogos.
– Lembro do meu povo, da minha terra que é Juazeiro – explicou o baiano.
Ele tem sido mais eficiente em dar o passe para os gols, em vez de fazê-los. Tanto que já deu passe para 18 gols, mas não fez nenhum.
– Ele não tem a técnica que eu tenho – brinca Badé, que já marcou sete vezes.
O alagoano gosta de pagode, forró e sertanejo. Quando está de folga assiste filmes e é o animador das viagens da Chapecoense.
– Eu gosto de agito – concorda.
Na culinária, a energia de Thoni vem do vatapá e da rapadura. Badé gosta de fazer cuscuz quando está em Curitiba, onde mora a mulher, Vanessa. Pelo jeito a única coisa que pode parar essa dupla é o frio.
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– Temos que andar encasacados, principalmente o Thoni, que tem mais idade – brincou Badé.
Com essa dupla, a Chapecoense espera que a final tenha sabor de jiló para os avaianos.