Com o novo cálculo da área em que o avião da Malaysia Airlines teria caído no sul do Oceano Índico, equipes de cinco aviões envolvidas nas buscas avistaram 11 objetos coloridos no mar.
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O navio chinês Haixun 01, um dos seis envolvidos na operação, percorria na noite desta sexta-feira (manhã de sábado na Oceania) a região para tentar retirar algum vestígio da água.
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Nas novas coordenadas de busca, os aviões podem permanecer mais tempo voando porque a distância da costa é cerca de 600 quilômetros mais curta. Como a região está 1,1 mil quilômetros mais ao norte do que o ponto anterior, as buscas se afastam dos chamados “Roaring Forties”, os fortes ventos existentes entre os paralelos 40º S e 50º S. Ontem, as condições climáticas para as buscas melhoraram.
Encontrar o MH 370 é uma corrida contra o tempo. Estima-se que a bateria da caixa-preta ainda dure nove dias. Após esse período, o sinal que emite para facilitar sua localização passar a ficar mais fraco, até parar. A Marinha dos Estados Unidos enviou um detector de caixas-pretas equipado com hidrofones capazes de detectar sinais a até 6 mil metros de profundidade.
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O Boeing 777-200 saiu da rota prevista uma hora depois de decolar, à 0h41min de sábado, dia 8 de março (13h41min de sexta-feira no horário de Brasília), de Kuala Lumpur com destino a Pequim e prosseguiu por milhares de quilômetros em direção ao sul, antes de cair no mar, provavelmente por falta de combustível.
Ontem, familiares das vítimas se retiraram em massa de um encontro com oficiais malaios em Pequim. Foi uma forma de protestar contra a falta de informações concretas.
Operação deve custar
mais de US$ 200 milhões
As buscas pelos destroços podem superar os US$ 200 milhões anuais, tornando-se assim a mais cara operação desse tipo da história, segundo estimativas de peritos chineses. “Sim, a busca vai prolongar-se no tempo. Duzentos milhões de dólares por ano, no mínimo, para manter o esforço internacional”, destacou o oceanógrafo Zhao Chaofang, citado pelo diário South China Morning Post. A França e o Brasil investiram US$ 40 milhões em dois anos para recuperar a caixa-preta do avião da Air France que caiu no Atlântico em 2009. Só foram achados 50 dos 228 corpos das vítimas.
Entre as várias pistas exploradas para explicar o desaparecimento do Boeing, está o ato desesperado do piloto. Alguns investigadores procuram entender por que dois sistemas de comunicação da aeronave com o solo (Acars e transponder) foram desligados intencionalmente. O filho mais novo do piloto, Ahmad Seth, não acredita na teoria de que seu pai, que trabalhava há mais de três décadas para a Malaysia Airlines, poderia intencionalmente causar a perda da aeronave.
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Área vasculhada no mar é maior do que o RS:
– As buscas foram redirecionadas para 1.850 quilômetros a noroeste da cidade australiana de Perth, em uma área de 319 mil quilômetros quadrados – maior do que o Rio Grande do Sul, que tem 281,7 mil quilômetros quadrados.
– Segundo a Autoridade Australiana de Segurança Marítima (Amsa, que coordena as operações), “o avião voava mais rápido que o estimado previamente, o que provocou um aumento do consumo de combustível e, portanto, a redução da distância percorrida pela aeronave, que se dirigiu para o sul do Oceano Índico”.
– Satélites foram redirecionados para monitorar a nova área.
– A nova zona de busca é de aproximadamente 319 mil km2.
– Desde o desaparecimento do voo MH370 com 239 pessoas a bordo, incluindo 153 chineses, centenas de destroços foram detectados por satélite no sul do Oceano Índico. Nos últimos dias, a Tailândia e o Japão anunciaram que localizaram mais de 300 objetos flutuantes.