A Avibrás Aeroespacial, maior grupo produtor de equipamentos militares do País e que atravessa um período sob recuperação judicial solicitada, obteve ontem as garantias do governo federal para concluir a exportação de R$ 500 milhões em foguetes, veículos lançadores e unidades de apoio para um cliente da Ásia. O negócio foi concluído há 13 meses, mas emperrou na burocracia do governo, que procurava a base legal adequada para a operação e assim, mantinha a venda paralisada.

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Enquanto aguardava a liberação da caução oficial, a Avibrás investiu na encomenda – e em julho chegou a um impasse: solicitar a recuperação – instituto jurídico que substituiu a concordata – ou sair do mercado.

– Como a segunda hipótese é inaceitável, decidimos seguir lutando – afirma o presidente Sami Hassuani que, admite, passou quase dois meses “praticamente morando em Brasília”. Ontem, a procuradoria do Ministério da Fazenda conciliou o processo. Hoje o Banco do Brasil entrega à organização financeira do país cliente o conjunto de garantias – incluindo as securitárias.

– Por conta do fuso horário favorável, o comprador encontrará os documentos na instituição de crédito logo pela manhã – diz Hassuani.

O lote é grande. Abrange um regimento completo do sistema Astros-II da última geração e os veículos de comando e de comunicações, além de enorme quantidade de foguetes – entre eles o novo SS-80 com alcance acima de 100 km e ogiva carregada de granadas que são dispersadas, como uma chuva de aço quente, sobre o alvo. João Brasil Carvalho Leite, o controlador do grupo Avibrás, pretende que o primeiro embarque seja feito até dezembro. Outros três carregamentos serão feitos entre março de 2009 e janeiro de 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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