Uma aeronave não tripulada capaz de monitorar alterações fluviais está sendo a aposta de mercado para um grupo de três estudantes e um professor de engenharia mecânica de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense. Eles integram um projeto de pré-incubação de empresas desenvolvido pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), que assinou também outros nove contratos com empreendedores interessados em transformar o conhecimento em práticas lucrativas.

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A ideia do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) está ligada principalmente à prevenção de desastres naturais. O equipamento, cujo protótipo já está pronto, será capaz de monitorar elevações nos níveis de rios, principalmente em regiões de vale. O Vant deve ficar pronto em oito meses e depois será disponibilizado ao mercado. A aeronave terá quatro metros de envergadura, 18 quilos e três câmeras acopladas. Ainda não se sabe qual será o custo de comercialização.

Conforme um dos estudantes que integram a empresa responsável pelo projeto incubado, Bruno Massucatto, o equipamento poderá ser utilizado na prevenção de enchentes, principalmente na hora de evacuar áreas que podem ser atingidas pelas águas. Ele explica que o avião pode percorrer até 100 quilômetros de rio, mapeando os níveis de água e transmitindo as imagens em tempo real.

Na prática, isso poderia garantir, por exemplo, que a população soubesse da enchente uma hora antes de ela chegar. Tempo que permitiria a evacuação das áreas e também evitaria tragédias.

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– A aeronave tem condições de voar em qualquer condição climática, seja de dia ou de noite. E pode ajudar na prevenção de catástrofes e também na preservação ambiental – diz o estudante.

Nas questões ambientais, o Vant pode ser utilizado em missões cansativas e até perigosas, desde o mapeamento de áreas que estão sendo desmatadas até a presença de caçadores em matas. As vantagens se estendem também à agricultura de precisão, já que as câmeras do avião podem monitorar o plantio, o crescimento e até as áreas onde o solo precisa receber mais nutrientes para desenvolver as plantas.

A empresa ainda não sabe quando poderá disponibilizar o avião no mercado, já que a fase de incubação está sendo utilizada para melhorias no projeto e também para desenvolvimento da primeira unidade. Impulso para o desenvolvimento.

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Além do desenvolvimento da aeronave, a Unoesc vai dar apoio técnico a outros nove projetos de negócios, de empreendedores da região de Joaçaba e dos municípios de Concórdia, Ipira e Xanxerê. Os contratos foram assinados nesta sexta-feira. Todos ficarão na Pré-incubadora Tecnológica da universidade pelo período de um ano. Conforme o professor Moises Diersmann, responsável pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e pela Pré-incubadora, o apoio é voltado para a gestão dos empreendimentos, seja nas áreas jurídica, contábil, comercial, entre outras que um negócio em fase inicial demanda.

A Universidade também colocou a sua estrutura de laboratórios, de profissionais e de pesquisadores à disposição dos empreendedores, para o desenvolvimento da parte técnica de cada produto.