Cesare Battisti chegou a Roma, na Itália, por volta das 8h45min desta segunda-feira (14). Condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos ocorridos nos anos 1970, ele foi capturado no sábado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
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O italiano – que será levado à prisão de Rebibbia, na capital italiana – estava foragido desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro emitiu, em 13 de dezembro, uma ordem de captura contra ele. Um dia depois, o então presidente Michel Temer assinou a ordem de extradição, solicitada há anos pela Itália.
Le immagini dell'arrivo all'aeroporto di #Ciampino di #CesareBattisti pic.twitter.com/uaFafNDSkq
— Polizia di Stato (@poliziadistato) 14 de janeiro de 2019
Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) durante os "anos de chumbo" na Itália – marcados por atentados de organizações de direita e esquerda, entre elas as Brigadas Vermelhas -, Battisti foi julgado à revelia em 1993 e condenado à prisão perpétua por quatro homicídios e cumplicidade em outros assassinatos no fim dos anos 1970.
Ele viveu 15 anos exilado na França, protegido pelo governo socialista de François Mitterrand, onde se tornou um bem sucedido autor de romances policiais.
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Após uma estadia no México, voltou para a França, mas em 2004 foi obrigado a partir daquele país e se refugiu clandestinamente no Brasil, antes de ser detido no Rio de Janeiro em 2007.
Em 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou sua extradição para a Itália, após um longo processo judicial com uma estadia na prisão. No último dia de seu mandato, Lula lhe concedeu o estatuto de refugiado político.