Os brasileiros, estrangeiros e animais de estimação que foram resgatados da Ucrânia chegaram ao Brasil nesta quinta-feira (10). O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrisou em Brasília por volta do meio-dia.
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De acordo com o Itamaraty, estão no voo 43 brasileiros, sendo 12 menores de idade; 19 ucranianos com familiares brasileiros, sendo três crianças; cinco argentinos, sendo uma criança; e um colombiano. No total, são 68 adultos e 16 menores de idade.
Há ainda por volta de dez animais de estimação, entre cães e gatos – os números não são precisos.
Ao chegar ao país, brasileiros e estrangeiros foram encaminhados para imigração, onde farão teste de Covid-19. O Ministério da Saúde disponibilizou, ainda, vacinas, caso optem por se imunizar.
A ativista da causa animal Luísa Mell também esteve na Base Aérea, em Brasília. Nas redes sociais, ela foi uma das pessoas a fazer pressão para que fosse permitido o embarque dos pets no avião da FAB, o que foi acatado pelo governo.
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Depois de deixar Varsóvia, na Polônia, país vizinho da Ucrânia, a aeronave, um KC-390 Millennium, aterrissou inicialmente na base aérea da FAB em Recife, onde os passageiros foram recepcionados com comida e música.
Operação Repatriação
A Operação Repatriação tem como objetivo resgatar brasileiros e estrangeiros da guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia em dia 24 de fevereiro. O voo deixou Brasília no último domingo (6), levando doações para a Ucrânia: 9 toneladas de alimentos de alto teor nutritivo; 50 purificadores de água; meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos.
O presidente Jair Bolsonaro publicou na quarta-feira (9) um vídeo em que falava por videochamada com o chanceler Carlos França e tripulantes do voo da FAB. O chefe do Executivo, que tem evitado criticar diretamente a Rússia, comentou a guerra com os passageiros, pelo telefone:
— A gente lamenta o ocorrido, torce pela paz. Tenho meus limites e isso está acontecendo aí, atrapalha o mundo todo.
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Declarações simpáticas a Vladimir Putin por parte de Bolsonaro e pressões do agronegócio têm sido determinantes para que o Itamaraty inclua em suas manifestações oficiais na ONU sobre o conflito na Ucrânia acenos à Rússia, segundo interlocutores do governo.
Nos últimos dias, o governo Bolsonaro endossou resoluções no sistema das Nações Unidas que condenam a invasão do território ucraniano por forças russas. Mas o Ministério das Relações Exteriores tem colocado em declarações sinalizações que contemplam argumentos defendidos pelo governo de Putin, num movimento que preocupa diplomatas americanos e aliados.
Interlocutores dizem que as posições do Itamaraty têm sido definidas no mais alto nível e passado pelo crivo do Planalto. Em alguns casos, o ministro da Defesa, Braga Netto, também é chamado a opinar.
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