O cantor Gusttavo Lima teve a prisão decretada pela Justiça nesta segunda-feira (23). Além disso, foi determinado o bloqueio de R$ 2 milhões das contas bancárias do “embaixador”, e de R$ 1,3 milhão da empresa GSA Empreendimentos e Participações, que pertence ao artista.

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A ligação dele e a possível ajuda na fuga de investigados da Operação Integration estão entre os motivos para a decisão. O mandado foi expedido na mesma operação que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo influenciadores digitais e casas de apostas online, as “bets”, além do jogo do bicho.

A ordem judicial que determina a prisão do cantor prevê ainda que ele tenha o passaporte suspenso. O mandado exige ainda que o certificado de registro de arma de fogo e eventual porte sejam suspensos.

No início de setembro, a influenciadora e advogada Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, foram presas na mesma investigação. Ela segue presa em Pernambuco.

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Ajuda a fugitivos

Na decisão, a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, afirma que Gusttavo Lima teria dado “guarida a foragidos”, e fala em uma viagem internacional de Goiânia para a Grécia que o cantor fez com o casal de investigados na Operação Integration, José André e Aislla.

“No dia 7 de setembro de 2024, o avião de matrícula PS-GSG retornou ao Brasil, após fazer escalas em Kavala, Atenas e Ilhas Canárias, pousando na manhã do dia 8 de setembro no Aeroporto Internacional de Santa Genoveva, em Goiânia. Curiosamente, José André e Aislla não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça”, afirmou a juíza.

O casal é sócio na casa de apostas Vai de Bet, investigada na Operação Integration. O cantor teria adquirido 25% da empresa no dia 1º de junho, o que, segundo a magistrada, aponta indícios de participação no esquema.

“Essa associação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos”, declara.

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A juíza destaca que a relação entre Gusttavo Lima e os investigados, que estão foragidos, “deve ser encarada com extrema cautela” por apresentar, “em tese”, “características espúrias e duvidosas”.

De acordo com a magistrada, a manutenção das prisões é necessária e não tem como ser vista “apenas como uma medida punitiva, mas como um mecanismo de proteção da sociedade e um meio de garantir que a Justiça prevaleça. Somente assim será possível evitar que a impunidade se perpetue e que os direitos dos cidadãos sejam efetivamente defendidos”.

O mandando de prisão preventiva foi expedido depois que o Ministério Público devolveu o inquérito à Polícia Civil. O órgão pediu que novas diligências fossem feitas e recomentou que as prisões preventivas fossem substituídas por medidas cautelares.

No documento, ela diz que não vislumbra, “no momento, nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública”.

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Bloqueio de contas de Gusttavo Lima

A Justiça de Pernambuco determinou o bloqueio de R$ 2 milhões das contas bancárias de Gusttavo Lima devido as investigações da operação. Ainda, foi solicitado o bloqueio de R$ 1,3 milhão da empresa GSA Empreendimentos e Participações, que pertence ao artista.

Outros R$ 21 milhões do empresário Boris Macial Padilha, que também teve a prisão decretada pela Justiça, foram bloqueados.

A decisão foi da juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. As investigações fazem parte da Operação Integrations, que apura um esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho e de apostas esportivas.

g1 tentou contato com a defesa de Gusttavo Lima, mas não conseguiu retorno até a última atualização dessa matéria.

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Gusttavo Lima tem prisão decretada

Avião apreendido

A operação que investiga o cantor Gusttavo Lima foi deflagrada no dia 4 de setembro, quando a influenciadora Deolane Bezerra e outras pessoas foram presas. Naquela ocasião, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu um avião que pertencia a uma empresa de Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções.

A aeronave estava em manutenção no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista, quando foi apreendida. O advogado da Balada Eventos e Produções, Cláudio Bessas, disse ao g1 que o avião teria sido vendido através de contrato de compra e venda, registrado junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB-Anac), para a empresa J.M.J Participações.

A Anac, contudo, afirmou que ainda que a negociação existisse, o veículo ainda estava legalmente como propriedade da empresa de Gusttavo Lima. O cantor se pronunciou nas redes sociais sobre o caso um dia depois da apreensão do avião.

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— O bebê não pode pegar uma semana de descanso! Estão dizendo aí que o meu avião foi preso, gente…Eu não tenho nada a ver com isso, me tira fora disso. Esse avião foi vendido no ano passado. Honra e honestidade foram as únicas coisas que sempre tive na minha vida, e isso não se negocia — disse Gusttavo Lima.

*Com informações do g1 e do Metrópoles

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