Uma ferramenta que mede o nível de estresse térmico das aves é usada em Santa Catarina para monitorar o ambiente onde esses animais se abrigam em dias de forte calor. Isso porque a combinação entre temperaturas altas e umidade do ar pode afetar a saúde das aves, especiamente as que ficam em locais como os aviários. 

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Em determinadas situações extremas, o calor pode matar os animais, causando prejuízos à produção.  

Segundo o pesquisador da Epagri/Ciram, Hamilton Justino Vieira, o sistema chamado Agroconnect é atualizado a cada hora e o cálculo feito considera alguns fatores.   

— A entalpia da atmosfera é a energia contida na atmosfera. Essa variável  é calculada e atualizada no sistema Agroconnect a cada hora com dados coletados pelas estações meteorológicas automáticas. A entalpia é dependente da temperatura, umidade relativa do ar e pressão atmosférica — afirma Hamilton. 

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Estresse térmico das aves
Calor é calculado em aproximadamente 200 pontos de monitoramento (Foto: Agroconnect, Reprodução)

Os dados coletados são importantes para que sejam feitas ações preventivas nos aviários, segundo Hamilton Vieira, pois quando a umidade do ar está alta e há um calor intenso, as aves sentem dificuldade para respirar, ficam ofegantes e podem morrer em questão de horas.  

— Antes de atingir os valores letais de entalpia, os animais são prejudicados e, portanto, as medidas de prevenção já devem sere iniciadas antecipadamente — ressalta o pesquisador.

Problemas de energia elétrica que venham a interferir nos sistemas de ventilação e resfriamento dos aviários podem ter consequências graves. De acordo com o pesquisador, no ano de 2014 mais de 200 mil aves morreram na região de Concórdia, pois faltou energia elétrica e os animais ficaram sem ventilação. 

Risco para outras culturas

Além das aves, a produção de leite e de frutas também podem ser impactadas pelo estresse térmico. De acordo com a Epagri/Ciram, a recomendação é de oferecer sombra às vacas sempre que a temperatura estiver acima dos 24°C. 

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No caso da fruticultura, espécies como maracujá também podem ter limitações produtivas por causa do estresse térmico. A orientação da Epagri é antecipar o horário de polinização manual e usar irrigação se necessário.

Nos cultivos de videira, o calor pode queimar os frutos. Nestes casos, o uso de telas protetoras e o planejamento da poda verde para que ajude a proteger os frutos funcionam como alternativas. 

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