Até os maiores defensores do mercado de capitais admitem que 2014 deve ser cruel com os fundos de ações. Engessada por uma economia de baixo crescimento e com juro cada vez mais alto – fatores que levam investidores a migrar para a renda fixa – a bolsa de valores poderá enfrentar mais um ano de desvalorização no Brasil, arrastando parte dos fundos de renda variável.
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Em infográfico, conheça as opções de investimento disponíveis no mercado
– Um cenário de baixo crescimento e inflação alta afeta diretamente o desempenho das empresas e em consequência seu valor de mercado: o comércio vende pouco, os bancos emprestam menos dinheiro e a indústria reduz a produção. Ao mesmo tempo, empresas têm aumento de custos e um lucro cada vez mais comprometido – explica Celson Placido, sócio da XP Investimentos.
Neste cenário, investidores interessados em perseguir rendimentos mais polpudos terão de enfrentar riscos maiores e se dedicar a garimpar oportunidades, afirma o especialista. Algumas ações de empresas do setor financeiro (que se beneficia do juro alto), de educação (com base de clientes ainda crescente) e de bebidas (com vendas em alta principalmente pela Copa do Mundo) poderão dar alegria ao investidor. Mas a escolha terá de ser feita com cuidado.
– É arriscado o investidor colocar seu dinheiro em um fundo que se conforme em acompanhar o Ibovespa (principal referência do mercado nacional de capitais que mostra a oscilação das ações mais negociadas). É preciso montar uma carteira de aplicações com ações bem selecionadas – recomenda Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da gestora de recursos Fundamenta.
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Pessoas com sangue frio para encarar rendimentos incertos também podem enxergar boas opções em crédito privado, modalidade na qual se empresta dinheiro para empresas. Com a Selic em alta, a remuneração dessas aplicações, na modalidade pós-fixada, tende a ser maior. É claro que há riscos: essas operações não são cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), portanto se uma empresa seguir o caminho da petroleira OGX, por exemplo, e anunciar que não pagará os empréstimos, o investidor ficará a ver navios.
– O importante, quando se pensa em renda variável, é não ter pressa em resgatar o dinheiro, sob o risco de amargar prejuízo, e disciplina para manter o investimento mesmo quando há baixa – explica Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
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