Nas ruas, o corre-corre das grandes cidades. Veículos indo e voltando, ônibus cheios, ruas tomadas por batalhão de pessoas querendo comprar, vender e viver. O Aventureiro reflete o dia-a-dia de qualquer grande centro. Barulhento, movimentado e ágil. Características do bairro mais populoso de Joinville, com quase 35 mil habitantes. Se fosse uma cidade, ficaria em 35º lugar entre os 293 municípios de SC. É como uma cidade dentro de outra cidade.

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O fervo desse centro da zona Leste fica na rua Tuiuti. Ela começa no Iririú, corta por mais de três quilômetros o bairro e segue até o Jardim Paraíso. Recheada de lojas, a Tuiuti representa o ponto alto do comércio local. Ali, se encontra quase tudo que é necessário para viver. Lanchonetes, supermercados, indústrias, pontos de eletrodomésticos, cabelereiros, moto-táxis, sapatarias e padarias. Mas ainda faltam bancos e o início do funcionamento do PA Aventureiro, prometido desde o ano passado, para completar os serviços essenciais do bairro.

Quando chega à noite, o bairro se transforma. A realidade muda e o bairro fica com cara gostosa de interior. Quieto, tímido, querendo descansar. Com os moradores recolhidos, o movimento e o barulho passa a ser só dos carros transitando nas ruas.

– Aqui na Tuiuti é como um coração. Sempre tem movimento.

A metáfora transmite a sensação de aposta acertada feita por Odair Alves. Há três meses, o borracheiro viu a oportunidade de virar patrão. Fez um financiamento e comprou um local na veia central do Aventureiro.

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– Por enquanto, está valendo a pena – diz.

O orgulho em morar no bairro também é visível em uma simples brincadeira de criança. O pequeno João Vítor Muraro, de três anos, tem o privilégio de ter na frente de casa um parquinho. Passa horas ali.

– Se deixar, ele passa o dia todo aqui, correndo de um lado para o outro. Não quer nem saber de ir para outro lugar – conta João Muraro, o pai coruja.

O parquinho instalado no final da rua João Paulino de Oliveira é um dos dois espaços de lazer do bairro. A manutenção é feita pelos moradores locais.

– O pessoal acaba vindo aqui nos finais de semana para brincar com as crianças e os jovens para namorar. É calmo e tem uma vista linda – explica.

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Rogério Amorim, que ganha a vida no seu pequeno negócio, está se aposentando. Com 65 anos, no final do ano, pretende ceder às propostas tentadoras e vender o espaço onde fica sua sapataria. O ofício que foi repassado pelo seu pai, foi o ganha pão do morador de uma das 503 casas da Cohab do Aventureiro.

– Essa é a melhor Cohab do Estado – destaca.

Com o dinheiro da venda, quer reformar a casa. Há mais de 20 anos, o sapateiro comprou o imóvel por cerca de R$ 14 mil. Hoje, um terreno no Aventureiro não sai por menos de R$ 60 mil.