O MP-SC pediu a realização de novas diligências para elucidar fatos ocorridos com os vereadores Guilherme Pereira de Paulo, o Gui Pereira (PR), Tiago Silva (PMDB), e Vanderlei Farias, o Lela (PDT), para avaliação da deflagração de uma futura ação penal.

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Entre os pedidos de novas diligências, os relacionados ao vereador Gui Pereira pedem para que a Caixa Econômica Federal apure quem descontou um cheque referente à prestação de contas da campanha do parlamentar em 2012. Solicita também que se esclareça o teor das conversas que teria mantido com empresários do ramo de mídia exterior, entre janeiro de 2013 e julho de 2014.

Os pedidos relacionados ao vereador Lela se referem à origem de diversos créditos nos valores de R$ 4.999,99 depositados em conta do vereador no Banco Bradesco. O MP-SC também pede que se esclareça o conteúdo de conversas que o parlamentar teria mantido com empresários do setor de mídia externa, entre janeiro de 2013 e julho de 2014.

Já sobre Tiago Silva, o promotor pede novas diligências para apurar o conteúdo das conversas que o vereador teria mantido com empresário do setor de mídia externa, assim como suposta contradição entre seu interrogatório e atas de votação da Câmara.

Em relação ao vereador Pedro de Assis Silvestre, o Pedrão (PP), o MP-SC pediu que fossem certificados os antecedentes criminais de todos os denunciados e também de Pedrão, para que caso o documento seja negativo, se designe audiência para apresentação de proposta de transação penal contra o vereador, que teria, de acordo com a denúncia, prevaricado ao ter tido conhecimento do esquema e não ter tomado providências.

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O que eles dizem

O vereador Gui Pereira disse desconhecer a denúncia e de que se trata a questão do cheque. Revelou que o empresário Adriano Nunes trabalhou com ele na campanha eleitoral de 2012, produzindo o material de campanha, e que conhecia Adriano do meio empresarial da cidade, como organizador do evento Peixada do Gui.

— Vou prestar todos os esclarecimentos necessários à polícia. Estou muito tranquilo, até porque não fui indiciado num primeiro momento, e a gora pediram novas diligências. Não tenho nada a esconder — afirmou.

Já o vereador Lela garantiu ter provas de extratos bancários que mostrariam o erro do pedido de novas diligências. Afirma ter tido contato com três empresários, para tratar de assuntos particulares e relativos a eventos sociais, um deles para arrecadar recursos a um lar de idosos.

— Estranho demais isso aí. Jamais iria me meter em um rolo desses aí. A origem do crédito que ele pede é um absurdo. É uma pena que o MP-SC não tenha solicitado isso antes, porque eu já teria esclarecido até mesmo enquanto fui presidente da CPI dos Radares — explica Lela.

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O advogado Nilton Macedo Machado, que defende o vereador Tiago Silva, afirmou que ainda não teve acesso à denúncia e não tomou conhecimento dos motivos que levaram Graziotin a pedir novas diligências sobre seu cliente.

— É comum pedir diligências para esclarecer um fato, vamos ver em que condição o meu cliente será ouvido.

Já o vereador Pedrão informou que até o momento não foi notificado da sua suposta prevaricação, que é o ato de deixar ou retardar a ação de denunciar. Entende que caso se confirme a notificação, se trataria de um equívoco jurídico, pois participou pró-ativamente do inicio da operação.

— O inquérito da Polícia Federal é claro ao afirmar que Pedrão é testemunha de acusação da operação Ave de Rapina, e que como agente público não deixou de agir. Portanto, não prevaricou — afirma Pedrão.

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