ademar
(Foto: NSC Total )

Entre os muitos marcos na linha do tempo construída pela união entre a medicina e a tecnologia, o ano de 2003 tem um significado muito importante, quando ocorreu a conclusão do projeto Genoma Humano. A ação sem precedentes em nossa história, integrou mais de 5 mil cientistas de 17 países, reunindo todo o conhecimento e os equipamentos mais modernos existentes no mundo para concluir o sequenciamento do DNA humano, com precisão quase total (99,99%).

Continua depois da publicidade

Entre outras coisas, a conquista passou a permitir a determinação das variações genéticas responsáveis pela predisposição a determinadas doenças, dando o pontapé que faltava para o desenvolvimento efetivo da chamada medicina de precisão.

Basicamente, a prática tem os quatro eixos da medicina, mas com a eficiência multiplicada: o paciente (visto como indivíduo único), o momento (identificação do problema de saúde a tempo de tratar adequadamente), o exame (definição do procedimento mais indicado) e o tratamento (que permite a escolha da terapêutica e do medicamento que podem ter as melhores respostas).

Portanto, o médico consegue tomar decisões cada vez mais personalizadas, que reduzem o tempo de tratamento e as complicações, e até mesmo pode gerar economia de recursos mesmo com mais qualidade no atendimento, na medida em que evita desperdícios com condutas comprovadamente não eficazes, garantindo um resultado clínico cada vez melhor.

Para chegar nessas respostas foi essencial a união do sequenciamento genético e do big data, na geração do combustível mais precioso da tecnologia, que é o conhecimento formado pela coleta, armazenamento e entendimento de dados. Somados, esses avanços se traduzem em ilimitadas possibilidades.

Continua depois da publicidade

De acordo com o National Institute of Health (NIH), já em 2017 existiam mais de 50 mil testes genéticos para 10 mil condições clínicas. Nesse mesmo ano, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) estimava o surgimento de dois a três novos testes por semana, permitindo a avaliação do potencial de resposta da terapia de escolha a determinada doença, beneficiando especialmente a escolha terapêutica para diversos tipos de câncer.

Por sua importância, a medicina de precisão está em pleno desenvolvimento, sendo objeto de pesquisa de institutos e universidades de diversas nações. De olhos bem abertos para a evolução, os Estados Unidos vêm investindo muito no setor, numa velocidade que impressiona, seja na produção ou na disponibilização de produtos e serviços de medicina de precisão no mercado.

Na Europa, o projeto Personalized Medicine 2020 and Beyond da Comissão Europeia, tem o objetivo de promover o desenvolvimento de novas e crescentes pesquisas numa grande agenda de inovação. Nesse contexto, destacam-se investimentos realizados por países como a Alemanha, a Inglaterra, a França e a Noruega.

O Brasil, assim como os demais países em desenvolvimento, acompanha atentamente os movimentos do mundo, e vai implementando os avanços possíveis, com uma importante parceria dos hospitais, laboratórios e clínicas da rede privada e de convênios, que investem cada vez mais em tecnologia de ponta para beneficiar os pacientes e gerar qualidade de vida.  

Continua depois da publicidade