A negociação do governo de Santa Catarina com a TransGas, empresa global de energia com sede em Nova York, está prestes a avançar. A intenção da companhia de instalar uma planta de gaseificação de carvão mineral em Criciúma pode se tornar um objetivo concreto em reunião com o governo de SC nos Estados Unidos, nos dias 1 e 2 de maio.
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Para o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan, que estará no encontro, todo o gás produzido pela multinacional poderá ser injetado na rede de distribuição regional do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), solucionando uma provável crise de abastecimento de gás natural nas indústrias catarinenses.
No ano passado, a SC Gás, que faz a distribuição do combustível no Estado, admitiu que a oferta de gás estava atingindo o limite. A projeção é que em 2019 as indústrias precisem de 2,9 milhões de metros cúbicos ao dia de gás natural, 45% a mais do que o previsto em contrato pela Petrobras até a data.
Projeto de reaproveitamento de resíduos será negociado
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Zancan acredita que o projeto de gaseificação do carvão mineral do Sul do Estado será mais vantajoso para a região do que a construção de um terminal de gás natural liquefeito no Rio Grande do Sul, que está em estudo. Esta segunda proposta trata-se da importação de gás natural, que é liquefeito para poder ser transportado por navio.
– Ao invés de fazer esse terminal com gás importado, basta fazer a gaseificação, com preço em real e geração de emprego e renda para a população local – analisou Zancan.
Na reunião, o secretário da Fazendo, Antonio Gavazzoni e o vice-governador Pinho Moreira vão apresentar iniciativas do governo para atrair investimento estrangeiro direto.
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O presidente da ABCM afirmou que, no encontro, a comitiva catarinense também vai negociar com uma empresa canadense de reaproveitamento de resíduos do carvão a instalação de uma planta complementar à da TransGas em Criciúma.
Segundo Zancan, o enxofre retirado pela companhia canadense das chaminés da indústria carbonífera poderá ser misturado à amônia para produzir sulfato de amônia, utilizado em fertilizantes. A ideia é que a empresa do Canadá seja uma cliente da TransGas, que segundo Gavazzoni, sonda o Estado há quatro anos.