O Campeonato Estadual deste ano foi um dos mais equilibrados dos últimos tempos. A julgar pelo quadrangular semifinal também não teremos favorito nos jogos finais. O Tubarão surpreendeu na primeira fase e conquistou o turno, já classificando para o quadrangular. Isso significou não só a primeira surpresa, como deixaria fora da última fase um dos quatro grandes. E foi o Avaí, justo o time mais irregular do campeonato, considerando que era um dos candidatos ao título. O Criciúma ganhou a segunda fase e Joinville e Figueirense ficaram com as outras duas vagas. Tecnicamente um quadrangular rigorosamente igual. Também na decisão, e onde quer que seja, não há favorito. Grandes emoções. O pior Ninguém esperava por essa: a Chapecoense na Segundona foi demais para o torcedor do Oeste. Dificuldades financeiras geradas por administrações anteriores, falta de qualidade no time, contratações equivocadas, enfim, o Verdão fez tudo errado, inclusive foi usado por gente que estava pensando mesmo em política e não no futebol. O melhor Alguns destaques ao longo do campeonato. Mahicon Librelato, do Criciúma, talvez tenha sido a grande estrela da competição até agora. Jovem, potencial elevado, grande futuro, artilheiro nato, está na mira de alguns grandes clubes do país e até do exterior. O árbitro Giuliano Bozzano foi o nome do campeonato. O garoto enfrentou uma barra pesada, que foi a briga do seu pai, Dalmo Bozzano, com o presidente da FCF, Delfim Peixoto Filho. Soube separar o seu trabalho do caso pessoal dos envolvidos. Foi um tiroteio e, em meio a ele, Giuliano deu um banho. A sacada A contratação de Márcio Rezende de Freitas para integrar o quadro de árbitros da FCF foi a grande sacada do campeonato. Situação tensa, alguns árbitros catarinenses sem o necessário crédito junto aos clubes, Márcio trouxe toda a sua experiência internacional, dando o equilíbrio necessário às arbitragens. A polêmica Foram muitas em campo: pênaltis, impedimentos em gols, expulsões, violência nos estádios, enfim. Porém, aquela história do cheque recebido (nominal) pelo funcionário da CBF para pagamento da folha de funcionários da FCF, gerou muita polêmica e acabou não convencendo os membros da CPI que veio a Santa Catarina. O espetáculo Não há duvida: o melhor jogo do campeonato na maioria das opiniões consultadas pela coluna foi o empate em 4 a 4 no Ernestão, entre Joinville e Figueirense. Emoção e oito gols fizeram deste jogo o espetáculo da competição. O personagem Este título ninguém tira dele. João Jorge Pio, em pleno campeonato, volta ao cenário esportivo para dizer que recebeu a verba que a CBF teria destinado ao Joinville. Um rebuliço total. Seu depoimento à CPI foi uma peça contraditória e em momentos até engraçada. Um figuraço. O insólito Alguns momentos do Estadual marcaram pelo inusitado. Teve dirigente criativo: Crispim vendeu rifa para saldar a folha de pagamento da Chapecoense, enquanto Egon entregou o próprio carro para pagar o técnico Humberto Ramos no Marcílio. Teve jogador preso: no Alto Vale fizeram “gato” em telefone público; no Criciúma trocaram socos para não pagar conta em boate. Teve gente irritada em campo: o preparador físico do Tigre encrencou com um gandula menor de idade e foi parar na delegacia; o atacante Índio descontou a raiva no presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto, e tomou um ano de gancho.

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