Nós, empresários das micros e pequenas empresas, estamos no pé de uma montanha administrada por nossos governantes. E por mais que sejamos a base dessa montanha, representando mais de 90% das empresas do País e empregando mais de 50% da mão de obra, ficamos à margem das bolas de neve que vêm rolando em nossa direção.

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Não é necessário ser expert em economia para entender que um governo que reduz a meta de seu superávit primário de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões está um pouco (sendo boazinha) perdido. Será que a meta inicial de R$ 66 bilhões foi definida aleatoriamente? Será que a situação saiu tanto do controle? Ou será ainda que a política fiscal está sendo relaxada?

Seja o que for, a realidade é que os cintos estão se apertando ainda mais. E a bola de neve que recairá sobre nós não será pequena, pois os cortes são gigantescos e não há como sairmos ilesos.

No entanto, o que ouvimos do nosso ministro Joaquim Levy é que essa medida reflete “realismo” e “transparência”, que o objetivo é “diminuir a incerteza da economia ao anunciar uma meta que nós consideramos alcançável e segura.”

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Ao mesmo tempo que isso é dito, diz-se também que o governo irá buscar receitas. De onde? Obviamente que do aumento da carga tributária – mais uma bola de neve gigante sobre nós, pois a carga tributária que temos em nosso País já é exorbitante. E novamente nós pagaremos a conta de anos de desatenção, de gastos exorbitantes, de corrupção descarada, de desleixo total com a população brasileira, de descontroles e de subsídios e benefícios insustentáveis.

Para se ter uma ideia, em 2014, os gastos do governo subiram mais que o triplo das receitas. Vocês podem imaginar o que aconteceria se isso fosse com nossas empresas? Mas em nossas empresas nós mesmos é que temos que arcar com os prejuízos e com as gastanças, não temos alguém para “rolar” o problema.

As taxas de desemprego estão subindo e se aproximando de cada um de nós. O desemprego faz com que as pessoas deixem de gastar ainda mais e, portanto, as vendas diminuem. E aí está criada a bola de neve. Sem emprego, sem renda, sem compras, sem vendas e assim por diante.

A nota da Standard & Poor?s para o Brasil foi “BBB-“, o último patamar de grau de investimento concedido a países com baixo risco de calotes a investidores internacionais. Abaixo dele está a categoria de especulação. E o que vamos fazer?

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Controlar gastos, cortar despesas?

Temos que ter esse bom senso e cautela com nossa situação econômica, pois, invariavelmente, essa avalanche só cresce e chega até nós. É uma pena! É uma vergonha!