O confronto entre Avaí e Chapecoense tem marcado decisões importantes no futebol catarinense. De lados opostos e em épocas diferentes, o atacante Evando e o volante Janga fizeram história nesses duelos. Neste domingo, no primeiro jogo da semifinal do Estadual, às 18h30min, na Ressacada, eles estarão fora de campo, mas na torcida pelos seus ex-clubes.
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? Acompanhe os lances da partida a partir das 18h30min
Ainda em atividade e com 35 anos, Evando recorda com exatidão os momentos marcantes da disputa pelo título do Campeonato Catarinense de 2009. Foi com um gol dele, marcado no primeiro tempo da partida, que o Leão iniciou a reação e garantiu a taça de campeão depois de 12 anos de jejum. O Iluminado fez jus à alcunha, concedida de forma muito carinhosa pela torcida avaiana.
– O jogo estava 1 a 0 para eles e a gente sofreu uma falta no meio-de-campo. O Marquinhos (meia que hoje defende o Grêmio) cobrou rápido para mim, meio com a cabeça baixa, porque a gente já se conhecia dentro de campo, e a bola caiu na minha frente. Bati forte, a bola passou debaixo da perna do goleiro (Nivaldo), eu corri para a torcida e falei: “Nós vamos virar, nós vamos virar”. Dali em diante, o time voou dentro de campo – relembra o atacante.
O desabafo de Evando tinha justificativa. Uma semana antes, no primeiro jogo da final, o Avaí havia perdido por 3 a 1 no Estádio Índio Condá. Aquele resultado fez o Leão mudar a estratégia. Era preciso dar uma resposta de maneira rápida para a torcida. E foi o que a equipe fez. Venceu a Chapecoense pelo mesmo placar, na Ressacada, e levou o confronto para a prorrogação. Aí, o Leão arrasou. Chegou inteiro no tempo complementar, fez 3 a 0 e colocou a taça no armário.
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Na época de Janga, a história foi diferente. Quem levou a melhor no duelo foi o Verdão do Oeste, que derrotou o Avaí pelo placar de 1 a 0 em um jogo único. Janga era volante, então chamado de centromédio, e, na final de 1977, viu o Índio Condá completamente lotado. Os torcedores iam ao estádio para demonstrar a paixão que sentiam pelo clube. Só para ilustrar, as acomodações eram tão precárias que no lugar do pavilhão social havia um barranco de terra.
Ninguém se importava muito com isso. Para Janga, que defendeu a Chapecoense entre 1976 e 1986, o mais importante era estar naquele ambiente, vivendo aquela emoção. Tanto que, após pendurar as chuteiras, ele decidiu montar uma lanchonete de cachorro-quente na cidade.