O Avaí desembarcou em Fortaleza para o duelo desta noite, às 21h, contra o Ceará, com muitos problemas e inúmeras incertezas na bagagem. Em meio a uma crise, que teve como último capítulo o ato de protesto dos jogadores, que se recusaram a treinar na quarta-feira, o time tenta terminar o ano com dignidade.
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Sem receber há três meses, os atletas ouviram da boca do gerente de futebol, Marcelinho Paulista, que as pendências começarão a ser resolvidas na próxima semana e participaram normalmente do último treino antes do jogo.
De acordo com o Marcelinho Paulista, as dívidas referentes aos salários de agosto serão quitadas já na próxima quarta-feira, dia 7 de novembro. Depois disso, o clube já começa a correr atrás de dinheiro para pagar os meses de setembro e outubro _ este último vence apenas no dia 20 de novembro.
A crise financeira que perturba o Avaí pode ser explicada por diversos fatores. O principal deles é a queda para a Série B. De acordo com o vice-presidente Nilton Macedo Machado, o Leão deixou de arrecadar cerca de R$ 16 milhões no segundo semestre, quantia referente às cotas de televisão. Na Séria A, os clubes recebem aproximadamente R$ 20 milhões para ceder os direitos de transmissão dos jogos, enquanto na Série B, o valor pago é de R$ 250 mil por mês de competição.
Na Segunda Divisão, o clube também deixa de arrecadar com patrocinadores, que surgem em menor número e pagam valores menores para terem suas marcas vinculadas ao Avaí. Além disso, a má-fase acarreta menor participação dos sócios-torcedores. Dos cerca de 12 mil cadastrados, mais de cinco mil são inadimplentes, diminuindo a receita para quase metade do valor.
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Fato é que até o final do ano, diretoria e jogadores devem continuar sem se entender no Avaí. Apesar de os dirigentes garantirem que os atletas serão remunerados pelo serviço prestado, a situação financeira do clube não apresenta sintomas de melhora. Ao que tudo indica, novos capítulos ainda estão por vir na turbulenta relação entre atletas e diretoria do Avaí. O torcedor avaiano espera que os atletas esqueçam o problemas fora de campo e façam o seu papel dentro dele.