O Avaí Futebol Clube divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (6), em que repudia agressão sofrida pelo repórter da rádio CBN Diário, Janniter de Cordes. O caso aconteceu na quarta-feira (5), dentro das dependências do clube enquanto o jornalista cobria o treino do time principal.
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Segundo Janniter, o agressor era um torcedor, que estava no lado de fora do Centro de Treinamento do clube. Ele atingiu o jornalista com um tapa no olho.
No texto, o Avaí lamentou o caso e disse que convive com as diferenças de opiniões. Além disso, o clube afirma que incentiva a paz no futebol.
A nota também pontua que o Avaí "respeita o trabalho daqueles que cobrem o seu dia a dia e mantém seus espaços abertos a todos". Por fim, o clube diz que já adotou medidas para apurar o caso e diz esperar que situações semelhantes não aconteçam mais.
Veja a íntegra da nota do Avaí:
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O Avaí Futebol Clube lamenta e repudia qualquer forma de violência contra quem quer que seja, convive com as diferenças de opiniões e incentiva a paz no futebol.
O clube respeita o trabalho daqueles que cobrem o seu dia a dia e mantém seus espaços abertos a todos.
Ao tomar conhecimento, o clube adotou medidas para apurar fatos relatados da agressão de um torcedor a um repórter e espera que situações dessa natureza não aconteçam mais.
Entenda o caso
Na quarta-feira, Janniter foi agredido logo depois de fazer uma entrada ao vivo na rádio CBN Diário. Ele estava usando um fone de ouvido, quando uma pessoa começou a ofendê-lo. Por causa do aparelho, ele não ouviu os xingamentos, até sentir que tinha sido atingido por uma pequena pedra.
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Assim que retirou o fone, o torcedor continuou com os xingamentos e começou a fazer ameaças. Janniter conta que respondeu apenas que não entendia sobre o que se tratavam as reclamações dele. Em dado momento, o homem passou a mão pela grade que separa o CT da rua e desferiu o tapa que acertou o repórter.
Depois da agressão, alguns membros da diretoria do Avaí procuraram Janniter. Na conversa, eles repudiaram as agressões e disseram que o clube seria solidário ao jornalista.
Partida contra o Ceará
Janniter acredita que a situação que culminou na agressão aconteceu ao final da partida, que aconteceu no dia 28 de maio, e terminou com a vitória do Ceará. Ele lembra que, naquela ocasião, o mesmo torcedor o ofendeu, dizendo que ele estaria rindo da torcida, o que o repórter nega.
Apesar das ameaças, Janniter continuou trabalhando normalmente e não teve problemas na saída daquele jogo. Da mesma forma, voltou a frequentar os treinos do clube, para acompanhar os treinamentos.
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Próximos passos
Orientado pelo departamento jurídico da NSC Comunicação, o jornalista foi à Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência. Ele também deverá passar por exames de corpo de delito para auxiliar nas investigações.
Contraponto
A assessoria de imprensa do Avaí foi procurada mas preferiu não manifestar um posicionamento oficial sobre o caso.
NSC repudia violência
Em nota, a NSC Comunicação repudiou o ato de violência sofrido pelo repórter, durante o trabalho. Veja abaixo o posicionamento da empresa:
"O jornalista Janniter De Cordes, da NSC, foi agredido, na tarde desta quarta-feira, por um torcedor dentro do centro de treinamento do Avaí, quando fazia cobertura jornalística para a Rádio CBN. Ele foi ofendido e fisicamente atacado pelo agressor. A NSC repudia qualquer ato de violência e lamenta, em especial, qualquer tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico que ocorre para levar informação a todos os públicos. A empresa é solidária ao jornalista e prestará todo apoio a ele".
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Entidades se manifestam
Em nota, a Associação Catarinense de Imprensa prestou solidariedade ao repórter Janniter de Cordes. A entidade afirma que ele exercia legitimamente o ofício.
Veja a íntegra:
"É com profunda tristeza que a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista repudia mais uma agressão a um jornalista – desta vez ao repórter da CBN Diário, Janniter de Cordes – que legitimamente exercia seu ofício.
Lamentavelmente, ainda há quem não consiga compreender a natureza do jornalismo e o fato de que a profissão requer liberdade para relatar os fatos, ainda que todos tenham direito a ter sua própria interpretação dos acontecimentos.
Mais triste ainda é que tudo ocorra no ambiente esportivo, dentro do qual se espera que imperem solidariedade e espírito colaborativo."
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A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) também se manifestou. Em nota, a entidade disse que repudia o ato e prestou solidariedade ao profissional.
Veja a íntegra:
Sobre a agressão física sofrida pelo jornalista Janniter De Cordes, da NSC, na tarde desta quarta-feira (05) por um torcedor dentro do Centro de Treinamento do Avaí, em Florianópolis, a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) manifesta o seguinte:
1 – Repudia veemente toda e qualquer agressão moral e/ou física sofrida por representantes da imprensa durante seu exercício profissional.
2 – Solidariedade ao jornalista Janniter De Corde, da NSC, que foi covardemente agredido durante cobertura jornalística.
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3 – Defesa incondicional da liberdade de imprensa e de expressão, pilar da democracia brasileira.
4 – Lamenta a falta de respeito à opinião e ao trabalho da imprensa catarinense por parte de pessoas desinformadas. Fato agravado pela intolerância propagada nas mídias sociais.
A Associação Catarinense de Cronistas Esportivos (Acesc) se solidarizou com a situação e lamentou o ocorrido. A entidade também disse que notificou o Avaí, para que o clube garanta a segurança dos profissionais de imprensa.
Veja a íntegra:
A diretoria da ACESC torna público o seu repúdio pela agressão verbal e física perpetrada por um torcedor ao seu associado efetivo JANNITER DE CORDES, nas dependências do Centro de Formação de Atletas (CFA) do Avaí F.C. quando desenvolvia suas atividades profissionais.
Após o presidente José Antônio de Mira e o vice-presidente Fábio Machado, terem se manifestado em suas redes sociais com mensagem solidária ao referido profissional, a Diretoria da entidade tomou a iniciativa de oficiar ao clube sobre o incidente.
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No documento, a ACESC não só repudia o ocorrido como alerta para a responsabilidade da segurança dos profissionais de imprensa no exercício de suas a atividades e apela no sentido de que providências sejam tomadas para que fatos dessa natureza não se repitam.
O profissional agredido também está recebendo da Diretoria da ACESC documento com a posição tomada pela entidade.