A palavra equilíbrio pode traduzir muito bem o que foi o Campeonato Catarinense para Avaí e Chapecoense, equipes finalistas desta edição. Cada um venceu um dos turnos. Enquanto o Leão da Ilha foi campeão invicto na primeira fase, com seis vitórias e três empates, o Verdão do Oeste levou a parte final de forma quase invicta, não fosse a derrota sofrida para o Criciúma na última rodada. Somado ao revés no Sul do Estado, o time do Oeste fechou o returno com sete vitórias e um empate. Mas vale relembrar que as duas equipes conquistaram seus turnos de forma antecipada e se deram ao luxo de jogar a nona rodada com times alternativos.
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Olhando para as duas fases da cocompetição, os números revelam uma pequena vantagem a favor da Chape, que somou 12 vitórias, três empates e três derrotas, contra 10 vitórias, quatro empates e quatro derrotas do Avaí, em 18 jogos disputados. Na disputa entre os dois, um triunfo e um revés para cada lado. O Leão venceu o Verdão por 3 a 0 no turno, enquanto o time do Oeste deu o troco no returno, pelo placar de 2 a 0 na Arena Condá.
Evolução ao longo do torneio
Com o time base que conquistou o acesso à Série A no final do ano passado, o Avaí começou o campeonato voando. Mas, uma série de lesões sofridas pelos jogadores titulares complicou um pouco a caminhada do time do técnico Claudinei Oliveira no returno. A ideia inicial do Leão era conquistar as duas etapas do Estadual para não precisar disputar a grande final, mas não foi o que ocorreu. A Chapecoense cresceu, entrosou, os jogadores captaram os ensinamentos do treinador Vagner Mancini e deslancharam.
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Na avalição de Roberto Alves, Rodrigo Faraco e Ivan Agnoletto, pelo atual momento, a Chapecoense chega com uma leve vantagem para a primeira partida da final, domingo, 16h, na Ressacada. Confira o raio x feito pelos profissionais.
Roberto Alves
Colunista do DC e comentarista da CBN Diário e RBS TV
A escolha de melhores jogadores de equipes que vão disputar o título realmente é um pouco complicada. Muito complicada. Porque são jogadores de características diferentes, alguns que se destacam claramente, outros nem tanto. Por exemplo, os dois técnicos: um ganhou o turno, o outro ganhou o returno. Evidentemente, o melhor do campeonato vai ser o campeão. O Vagner Mancini tem mais experiência do que o Claudinei, mas cada qual tem um time diferente na sua mão, de características também. Outro exemplo: o Apodi é um excelente lateral-direito. Velocista, faz uma dobra pela direita no esquema da Chapecoense. E o Leandro Silva é mais técnico, na minha visão. Acho que aí se equivalem com característica diferentes, e você deixa de fora jogadores que ao torcedor parecem que são melhores, mas em compensação, com características diferentes do outro que você escolheu. Mas numa visão geral, num primeiro momento, as escolhas que fiz são bem razoáveis. O que não foi escolhido não significa que seja inferior. Ele pode se adaptar muito melhor no esquema do time. Mas é essa escolha.
Rodrigo Faraco
Colunista da Hora de SC e comentarista da CBN e RBS TV
Dessa forma há um equilíbrio entre time, apesar de haver um desequilíbrio entre grupo. A Chapecoense tem mais grupo do que o Avaí. Tem mais opções para o técnico do que o Avaí. O Avaí tem um time muito bem formado e um conjunto muito forte, que foi o que trouxe ele à final e por isso que ganhou o primeiro turno. Mas há um equilíbrio entre times titulares. A Chapecoense chega mais confiante para o primeiro jogo, mesmo sendo na casa do Avaí. O Avaí vai ter que mobilizar seu time de novo, fazer a torcida ir junto para agregar força. Mas sem dúvida alguma a Chapecoense chega mais confiante para essa primeira partida. Pelo returno que fez, pelo nível de competições que está disputando em paralelo, tudo isso faz com que a Chapecoense chegue melhor. Agora, é uma final totalmente aberta. Pode tanto dar um como outro, mas a Chapecoense está mais forte nesse momento. Se fosse para colocar um percentual seria 55% a 45% a favor da Chape.
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Ivan Carlos Agnoletto
Narrador da Rádio Super Condá, de Chapecó
O Avaí foi melhor no primeiro turno pois o time vinha embalado da Série B. No momento a Chapecoense está melhor e é favorita ao título. Hoje a Chapecoense tem mais grupo. Pode ter problemas no primeiro jogo pelo desgaste natural do jogo da Libertadores, quinta-feira, contra o Nacional. Mas poucas vezes vi a Chapecoense tão favorita. Lembro de 1995 mas, naquele ano, acabou perdendo para o Criciúma pois não tinha saldo de gols.
*Colaborou: Darci Debona
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