Avaí e Chapecoense se enfrentam às 16h deste domingo (21), na Ressacada, no último e decisivo jogo do Campeonato Catarinense 2019. Equipes de melhor campanha no Estadual e representantes de Santa Catarina na Série A do Campeonato Brasileiro, os times jogam pelo título máximo do futebol do Estado.

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O vitorioso levanta o troféu na Ressacada, em Florianópolis. Em caso de empate no tempo normal, a definição será nos pênaltis. Confira a seguir a trajetória dos finalistas e as informações sobre as escalações.

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Avaí acostumado a ir bem em momentos decisivos

Bastaram as derrotas no clássico com o Figueirense e para o Marcílio Dias para que o começo de Catarinense fosse colocado em xeque. Nos três primeiros jogos, o Avaí empilhou oito gols, mas nos seguintes a força da equipe foi de fato testada, uma partida contra o arquirrival e outra ante um adversário aguerrido e um campo difícil.

Representante catarinense na Série A do Campeonato Brasileiro, com uma base do acesso reforçada por alguns nomes, o Leão deixou dúvidas. A resposta teria de ser no campo. Desde então, os azurras do gramado têm respondido "sim" até agora aos azurras das arquibancadas. Mas ainda falta o último para fazer a jornada valer a pena: conquistar o título diante da torcida, na Ressacada.

A primeira grande prova foi o Criciúma, adversário seguinte após as derrotas para Figueirense e Marcílio Dias. Então, em casa, o Leão fez 3 a 0 no Tigre e engataria a sequência de cinco vitórias em seis partidas, incluindo o 4 a 0 sobre o Ariquemes, na Copa do Brasil. Nestes triunfos, ainda marcou três ou mais gols por jogo. Somente a chuvarada por todo o Estado no domingo de 17 de fevereiro foi impeditivo. O único empate desta série foi o 0 a 0 com o Brusque. Então veio outra fase complicada na trajetória azurra.

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Pensando no jogo seguinte, o Vasco, pela terceira fase da Copa do Brasil, o Avaí foi sem os principais jogadores enfrentar o Hercílio Luz, em Tubarão. A bola cismou em não entrar e perdeu por 1 a 0 encerrou uma sequência de oito jogos invicto.

Na sequência, no Rio de Janeiro, também perdeu pela vantagem mínima. Mas ficou a certeza que as derrotas foram circunstanciais. Até porque desde a última Série B, sob o comando do técnico Geninho, o elenco do Leão se acostumou a dar a resposta positiva quando a situação se complica. Assim veio a arrancada de cinco vitórias seguidas para tomar a primeira colocação do Catarinense e dela tomar conta com ampla vantagem.

Ser eliminado da Copa do Brasil e no compromisso seguinte avançar para a final depois dos dramas dos pênaltis sobre o Criciúma foi mais um "sim" quando as coisas ameaçavam ser complicadas. Neste domingo, outra aprovação, como tem sido até aqui.

Avaí
Geninho espera ter o time completo na decisão (Foto: Tiago Ghizoni, NSC Total)

Uma pitada de preocupação

Com a semana livre sem jogos, diferente do adversário, natural seria o Avaí chegar com praticamente todo o elenco disponível ao técnico Geninho. No entanto, na última entrevista antes da partida, ainda na quinta-feira, o treinador demonstrou que não é bem assim. Deixou no ar que pode não ter jogador da função para a lateral direita.

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Iury, Lourenço e Alex Silva não tiveram participação ou condição física assegurada. No meio, Matheus Barbosa parece atravessar seu pior momento desde a chegada ao clube, no ano passado. Um Leão mais ofensivo, com João Paulo no lugar dele e Brizuela em uma das extremas do ataque é algo que deve ser levado em conta.

Mas a grande dúvida está sob o travessão azurra. O rodízio entre os goleiros não teve o fim decretado por Geninho. Pela ordem, o nome da vez é Gledson. No entanto, parece improvável que o jogador com o currículo mais modesto entre os três seja o escolhido.

A aposta mais óbvia, neste aspecto, é Vladimir, com anos de Santos e acostumado ao clima de grande decisões. Ou Lucas Frigeri, pelo feito da semifinal, quando defendeu duas penalidades máximas e virou herói da classificação. Falta o "sim" do técnico para escolher o guarda-metas e outro do Avaí, em campo, para levantar a taça.

Chapecoense entra nos trilhos na hora certa

Podia o relógio indicar poucos minutos para o fim da partida, a Chapecoense estar na frente no placar e sequer ter a vitória ameaçada, mas a agonia não passava. Por mais que o resultado fosse bom, o futebol apresentado dentro das quatro linhas não contentava. O sentimento era de que uma hora o desempenho ruim iria refletir na tabela.

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Assim o Verdão perambulou pela primeira fase do Campeonato Catarinense 2019 e adiantou a classificação para as semifinais. Então, na hora mais necessária, com novo comando e reforços, enfim a Chape deslanchou. Justamente no momento de decisão.

Nem mesmo a disposição dos jogadores em campo era capaz de contentar o torcedor. O jogo era feio. A gota d’água foi a derrota em casa para o Joinville. Ainda que a equipe viesse de três vitórias seguidas na temporada, não convenceu. Tropeçar para o JEC na Arena Condá custou a continuidade do técnico Claudinei Oliveira.

Guiar o time à permanência na Série A do Campeonato Brasileiro no ano anterior não foi o bastante para mantê-lo na função. Simultaneamente, reforços chegavam: Gum, Gustavo Campanharo e Rildo estão entre eles. Com a interinidade de Emerson Cris, a poeira baixou. Com Ney Franco na direção, a Chapecoense encontrou seu caminho. Está nos trilhos para tentar chegar ao sétimo título da história do clube.

Passados os dois primeiros jogos do comandante, o empate com o Figueirense e a derrota no embate entre reservas com o Avaí, o mineiro de 52 anos encontrou a calibragem da engrenagem verde. Desde então, a Chapecoense não é apenas eficiente. É efetiva. Acertou o sistema defensivo e descobriu percursos – e atalhos – para chegar ao fundo das redes.

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Nos últimos três jogos, ganhou do Figueirense, na semifinal do Catarinense, do Criciúma e do Corinthians, pela Copa do Brasil, sem ter a meta vazada. Tenta prolongar a série na Ressacada para fazer a taça de campeão viajar da Capital para o Oeste de Santa Catarina.

Ney Franco
Com Ney Franco, Chape busca o sétimo título Catarinense da história do clube (Foto: Tarla Wolski, Especial)

Embalo refletido na escalação

O embalo da equipe neste momento – crucial – da temporada indica o óbvio. A Chapecoense que vai entrar em campo para tentar o sétimo título da história do clube não vai ser muito diferente do que começou, e ganhou, os três últimos jogos. Em relação às três últimas escalações, por exemplo, a defesa e o meio de campo terão os mesmos nomes. As mudanças serão no gol e no ataque, por obrigação.

Bem que a Chape gostaria de contar com o goleiro Vagner, titular nas duas vitórias pela Copa do Brasil. No entanto ele não está inscrito no Campeonato Catarinense, tampouco em condições físicas: deixou o jogo ante o Corinthians, na última quarta-feira, com dores no joelho direito que deram impressão de lesão grave.

Sem João Ricardo (suspenso preventivamente acusado de doping), Ivan (dispensado por indisciplina) e Elias (que retornou de empréstimo e também não está inscrito), a titularidade no Estadual parou nas mãos de Tiepo. O goleiro de 21 anos e formado na base fará na decisão o seu sexto jogo como profissional.

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No ataque, a ausência é Rildo, que se machucou na eliminação do Figueirense, na semifinal. O provável nome no setor é outra cria do Verdão. Régis Tosatti enfrentou o Corinthians e deve estar em uma das extremas do ataque para tentar levar a Chapecoense à vitória no tempo normal e sem tanta angustia quanto no começo do Catarinense.

FICHA TÉCNICA

Avaí x Chapecoense

AVAÍ

Vladimir (Lucas Frigeri); Iury (Lourenço), Marquinhos Silva, Betão e Igor Fernandes; Mosquera, Pedro Castro e Matheus Barbosa (Brizuela); João Paulo, Daniel Amorim e Getúlio. Técnico: Geninho.

CHAPECOENSE

Tiepo; Eduardo, Gum, Douglas e Bruno Pacheco; Márcio Araújo, Elicarlos e Campanharo; Aylon, Régis Tosatti e Everaldo. Técnico: Ney Franco.

ARBITRAGEM: Bráulio da Silva Machado, auxiliado por Helton Nunes e Alex dos Santos.

DATA E HORA: às 16h de domingo.

LOCAL: Ressacada, em Florianópolis.