A venda de mando de campo tem se tornado frequente no futebol brasileiro, principalmente após as construções das grandes arenas para a Copa do Mundo. Vasco, Santos, Botafogo, Atlético-PR e Goiás são alguns dos que optaram por essa estratégia financeira desde o Brasileirão do ano passado. No início deste mês, por exemplo, a Ponte Preta recebeu R$ 1 milhão para transferir o jogo contra o Palmeiras, pela 11ª rodada da Série A, para a Arena Pantanal, em Cuiabá, bem longe de seus torcedores.
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Avaí decide não vender mando de campo do jogo contra o Flu
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Nesta semana, porém, o Avaí deu uma lição aos grandes e pequenos clubes do futebol brasileiro. O Leão recebeu uma oferta de R$ 700 mil para levar a partida contra o Fluminense ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O jogo poderá marcar a estreia de Ronaldinho Gaúcho pelo clube carioca. Na Ressacada, o lucro máximo, com casa cheia, seria de R$ 250 mil, segundo estimativas do próprio clube. Porém, a diretoria decidiu privilegiar os sócios e a competitividade e manteve a partida em Florianópolis. A atitude repercutiu positivamente entre os torcedores e a imprensa nacional.
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– A venda do mando de campo tinha que ser proibida. O maior patrimônio do campeonato é a credibilidade e ela se dá pelo equilíbrio de forças. Se o Corinthians joga contra o Vasco em Cuiabá, ou o Figueirense em São Januário, há um desequilíbrio – avalia o jornalista Paulo Vinicius Coelho, da Fox Sports.
Para André Lino, comentarista do SporTV, o que parece vantajoso de imediato no lado financeiro pode ter reflexos negativos no futuro.
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– Primeiro o clube pede para o cara se associar e pagar e depois leva o jogo para fora? A longo prazo o tiro pode sair pela culatra. Sem o fator casa, os pontos podem fazer falta no final, e o clube não tem muito mais a oferecer ao sócio do que poder assistir ao jogo do time dele na cidade dele – opina Lino.
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Ídolo apoia atitude e espera casa cheia
Orgulhoso da atitude do Leão, o ex-jogador e ídolo avaiano Adilson Heleno espera, como resposta, a Ressacada cheia para encarar o Flu no dia 8 de agosto.
– A diretoria mostrou que não está pensando só em dinheiro, está pensando no clube, na classificação. O torcedor vai comparecer em massa – aposta.
O Avaí tem se especializado em tomar posicionamentos fortes, principalmente em aspecto institucional. Confira abaixo este e outros exemplos de ações assertivas do clube.
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Futebol em primeiro lugar
O Avaí postou em seu site um texto explicando que recebeu sim uma oferta de R$700 mil para jogar contra o Fluminense no estádio Mané Garrincha, mas que resolveu vender “para os 15 mil torcedores que estarão onde esse jogo deve acontecer: na nossa casa, no nosso campo”.
Avaí social
Na última partida dentro da Ressacada, o Leão abriu as portas para acolher um grupo de 25 haitianos recém-chegados a Florianópolis. A ação fez parte de uma campanha idealizada pela D/Araújo Comunicação para que os imigrantes se sintam acolhidos no Brasil. O clube também recebe todos os anos milhares de crianças de escolas públicas e particulares.
Para além da Capital
A ideia do Avaí é fortalecer sua marca além das fronteiras de Florianópolis. Desde 2011, a cada jogo uma cidade catarinense é homenageada na camisa do goleiro. Atualmente, é possível comprar as camisas pelo site do clube.
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