O Campeonato Catarinense 2019 terminou com o Avaí campeão e a Chapecoense como vice. Criciúma e Figueirense ficaram pelas semifinais. No entanto, além do resultado final, a competição serviu de laboratório para a Série A e para a Série B do Campeonato Brasileiro. Serviu também de preparação para o maior desafio dos representantes de Santa Catarina na temporada.
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Avaí
Ressacada em alta com o título e reforços
Campeão do Campeonato Catarinense 2019, o Avaí leva para a sequência da temporada lições tiradas nos jogos pelo Estadual e também da Copa do Brasil. Com três boas opções para o gol, esse setor não preocupa o técnico Geninho, que não tem a mesma garantia em relação ao ataque. Apesar de Daniel Amorim ter sido artilheiro da competição, com nove gols, ele não é unanimidade. Aliás, a diretoria não esconde que busca outro nome na disputa da Série A. Reforçar o grupo em outras e ampliar o leque de jogadores à disposição é algo que ficou claro como necessidade azurra. Por outro lado, os primeiros meses do ano serviram como resgate. Isso porque, o Leão foi praticamente intransponível nos jogos como mandante. Na Ressacada, a equipe foi derrotada apenas uma vez no ano – 1 a 0 para o Vasco, pela Copa do Brasil. Se o aproveitamento for mantido na elite nacional, certamente o clube vai atingir a meta traçada para o restante da temporada: permanecer entre os melhores do Brasil.
Força caseira
Jogando na Ressacada, em 2019, o Avaí tem se tornado quase imbatível. O Leão foi derrotado apenas uma vez em 13 jogos em casa. São oito vitórias, quatro empates e uma derrota, o que indica aproveitamento de 71,8%. A defesa sofreu só quatro gols, média de 0,30, enquanto o ataque fez 14 gols, média de 1,07. Apenas seis vezes não balançou as redes adversárias. Os números dão esperança de uma boa campanha, ainda mais após um título como mandante.
Improvisações
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Não foi um problema no início da temporada, mas olhando para o que ainda virá, ter mais opções é fundamental para alcançar o principal objetivo: ficar na Série A. Geninho sofreu em alguns setores por não ter jogador à disposição. Foi assim, por exemplo, nas laterais, onde chegou a improvisar o atacante Lourenço. Outro é o meio de campo, pois muitas vezes utilizou três volantes ou deslocou o atacante João Paulo para jogar na criação ofensiva.

Chapecoense
Gol se torna ponto de interrogação da Chapecoense em 2019
Após perder o título do Campeonato Catarinense 2019 para o Avaí, em Florianópolis, o foco da Chapecoense está no restante da temporada. A equipe de Ney Franco tem como principal competição a Série A do Brasileiro, onde no ano passado se salvou do rebaixamento apenas nas últimas rodadas. A meta, agora, é não repetir 2018, ter uma disputa mais tranquila e atingir o objetivo o quanto antes para projetar outras metas. Em relação aos primeiros meses do ano, o Verdão sofreu bastante em um setor: o gol. Quatro goleiros atuaram pela posição: João Ricardo, Ivan, Tiepo e Vagner. Em contrapartida, a comissão técnica teve êcito na missão de rodar o elenco para observar quais jogadores poderiam ser úteis para o decorrer da temporada. Isso serviu, ainda, para avaliar posições carentes no grupo e, com isso, buscar alternativas para o comando técnico do time do Oeste de Santa Catarina.
Observação de atletas
O laboratório proposto pela diretoria foi muito bem implementado e executado pela comissão técnica do Verdão. Claudinei Oliveira, Emerson Cris e Ney Franco, os três treinadores do clube no ano, avaliar os jogadores à disposição, traçaram quais poderiam ficar para a Série A e as necessidades do grupo visando a competição. Outros, porém, foram descartados. Parece ser o caso do meia Renato, que no início do ano foi disputado com o Avaí.
Posição instável
A situação dos goleiros da Chape é algo que preocupa para a sequência do ano. Titular absoluto no início do ano, João Ricardo está suspenso preventivamente por causa de doping. Vagner, contratado para ser o substituto imediato, sofreu lesão no joelho e deve voltar ao futebol apenas no segundo semestre. Antes dele, Ivan foi dispensado por causa de um problema particular. Agora, o Verdão conta com o jovem Tiepo (foto) e Elias, retornando de lesão.
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Criciúma
Tigre encontra o caminho na reta final do Catarinense
Do caos à (quase) glória. Por mais que não tenha disputado a final e vencido o Campeonato Catarinense 2019, este foi o sentimento dos torcedores do Criciúma. Poder estar entre os quatro primeiros foi um triunfo aos tricolores, ante o que a equipe apresentou no turno da primeira fase do Estadual. Por alguns momentos, o Tigre flertou com a zona de rebaixamento. No entanto, uma mudança profunda, do departamento de futebol ao elenco, passando pela área técnica, fez o Carvoeiro ressurgir na competição. Com Maringá, Gilson Kleina e novas peças, o time fez as pazes com a torcida. No entanto, o Catarinense não deixou tudo pronto para a Série B. Há reforços para serem incorporados e a dependência do meia Eduardo para ser minimizada.
Reformulação em clima boa
Na reta final do Catarinense, o Tigre fez as pazes com a torcida. Tudo começou com a nova postura a partir da reformulação profunda com o campeonato em andamento. O comando do departamento de futebol e da equipe mudaram com as chegadas de João Carlos Maringá e Gilson Kleina, respectivamente. Com eles, o elenco foi reforçado. O Criciúma em campo ficou mais encorpado a partir das entradas do volante Wesley e dos atacantes Léo Gamalho e Vinícius, destaque da arrancada para a semifinal do Estadual. Criou um ambiente de confiança para a Série B. A equipe tenta se fortalecer com novas contratações. Entre elas o retorno do volante e zagueiro Liel, destaque da equipe no ano passado.
Dependência a ser solucionada
A chegada de reforços é mais do que necessária para poder fazer do Tigre menos dependente do meia Eduardo. O jogador de 22 anos, formado na base tricolor, faz o time jogar. E a equipe quase travava quando ele não estava em campo. O miolo carvoeiro não se encontrava quando o atleta tinha de cumprir suspensão – foram dois jogos no Estadual e na Copa do Brasil. Ainda que reconheça a utilidade e a importância do meio-campista, cabe ao técnico Gilson Kleina encontrar um jogador que possa fazer o mesmo para suprir a ausência ou buscar formas do Criciúma jogar sem necessitar tanto dos serviços do jogo atleta.

Figueirense
Alvinegro em formação para a Série B
O Campeonato Catarinense foi um grande laboratório ao Figueirense para a Série B do Campeonato Brasileiro. Passada a competição estadual, as frustrações e avaliações, é isso que resume a participação alvinegra no Estadual. Afinal, com um elenco cheio com poucos nomes conhecidos pelo torcedor, o Figueira fez frente aos adversários, chegou a liderar por algumas rodadas – até com alguma folga -, e ameaçou conquistar o título do futebol de Santa Catarina. No entanto, a questão a ser enfrentado foi um dos motivos da queda de rendimento: a juventude da equipe. A esperança de uma boa Série B passa pela chegada de atletas mais experientes e que se encaixem na postura bem definida do técnico Hemerson Maria.
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Postura definida
O Figueirense da Série B do Campeonato Brasileiro foi moldado no Catarinense. Por mais que tenha deixado na torcida a sensação de que poderia ter ido à final e disputado o título, a missão no Estadual foi cumprida. Mais que a presença nas semifinais, o elenco recebeu e assimilou a filosofia de jogo do técnico Hemerson Maria. O Figueira na competição nacional vai ser de forte marcação e tentar chegou ao fundo das redes em jogadas rápidas e na bola parada. Prova disso é que durante a competição regional, o treinador alternou escalações, seja por condição de atleta ou para experimentar jogadores, e a equipe demonstrou pouca variação na postura no decorrer dos confrontos. O time para o início do torneio nacional tende a ser parecido com o que o torcedor viu.
Falta de experiência do elenco
Durante o Catarinense, o técnico Hemerson Maria colocou em campo 29 jogadores, que juntos têm média de idade de 23,2 anos. O zagueiro que virou lateral Matheus Brunetti, aos 19 anos, fez oito partidas. Kauê foi de seis minutos da Série B do ano passado para 10 jogos até agora, sendo oito como titular. Ainda que eles e outros tenham demonstrado talento, a Série B é dura e uma competição assim requer experiência. Não à toa o departamento de futebol contratou dois jogadores mais velhos em relação à média de idade, como Felipe Mateus e Tony. No entanto, ainda carece de líderes no elenco. Atualmente têm esse papel apenas Denis, Zé Antônio e Alemão, que por causa de lesão atuou menos da metade das partidas desta temporada.