O perfil do suspeito da matança na boate Reina, em Istambul, é traçado pelas autoridades nesta terça-feira com a difusão de novas imagens, enquanto continuam a busca privilegiando a pista de um suspeito originário da Ásia Central.

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A polícia divulgou várias fotos do suposto atirador que matou 39 pessoas, a maioria estrangeiros, que comemoravam o Réveillon na boate exclusiva, uma das mais famosas da metrópole turca.

Os investigadores consideram que o autor do atentado, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), seja originário de um país da Ásia Central, como Quirguistão ou Uzbequistão, segundo o jornal Hürriyet.

Especulações sobre um quirguiz de 28 anos, parecido com o suposto agressor, se revelaram infundadas. Após ser interrogado pelas autoridades turcas, ele foi autorizado a retornar ao seu país, onde foi novamente interrogado e liberado.

O jornalista Abdulkadir Selvi, ligado ao governo, afirmou no jornal que as autoridades identificaram o atirador e que ele teria combatido nas fileiras do EI na Síria.

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O governo turco, que admitiu que a investigação está sendo difícil, informou na segunda-feira que foram obtidos “dados relativos às impressões digitais e ao aspecto” do assassino, sem dar mais detalhes.

Em um vídeo divulgado pela agência de notícias turca Dogan, vê-se o agressor filmando a si mesmo enquanto passeia tranquilamente pela emblemática praça Taksim, muito frequentada por turistas.

No total, 15 pessoas foram presas durante a investigação sobre o massacre, entre elas dois estrangeiros detidos nesta terça-feira no aeroporto internacional de Atatürk, em Istambul, de acordo com a Dogan.

Turquia na mira do EI

O atentato de Ano Novo foi planejado ao mesmo tempo que o Exército turco tenta tomar a cidade de Al-Bab, reduto do EI no norte da Síria.

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Em seu comunicado, o grupo extremista acusa a Turquia, país de maioria muçulmana, de ter se aliado aos cristãos, provavelmente fazendo alusão à participação turca na coalizão internacional liderada por Washington.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, afirmou nesta terça-feira que seu país continuará “lutando contra o terrorismo onde quer que seja”.

O atentado ocorreu à 01H25 de domingo quando uma pessoa armada entrou na boate Reina, às margens do Bósforo, e disparou entre 120 e 180 vezes, utilizando carregadores duplos para otimizar o tempo de recarga e apontando sempre para o peito das vítimas.

Outros meios de comunicação informaram nesta terça-feira que o atirador chegou em novembro a Konya com sua esposa e seus dois filhos “para não chamar a atenção”. A esposa poderia ser uma das detidas, de acordo com a agência Dogan.

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Luto

A matança na boate Reina acontece apesar do forte esquema de segurança em Istambul, uma metrópole que já sofreu grandes atentados no ano passado.

Segundo a imprensa, os investigadores consideram que o agressor poderia estar vinculado à célula que cometeu o triplo atentado suicida no aeroporto de Atatürk em junho, que deixou 47 mortos.

Este atentado, o último de uma longa série que sacudiu o país em um ano e meio, parece indicar que a Turquia se converteu num dos principais objetivos do EI.

O Estado-Maior turco anunciou nesta terça-feira que 18 “terroristas do Daesh” (acrônimo em árabe do EI) morreram nos combates e em bombardeios em Al-Bab na segunda-feira.

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A maior parte dos que morreram no atentado à boate Reina era de estrangeiros, muitos deles originários de países árabes de predominância muçulmana. Quase todos os corpos já foram repatriados.

Houve grande comoção no Líbano, onde nesta terça-feira ocorreu uma hora de luto nacional em homenagem aos três jovens cidadãos do país.

“O terrorismo não tem religião, aponta para todos, para as pessoas que amam a vida”, disse nesta segunda-feira o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, ao receber os corpos dos jovens no aeroporto de Beirute.

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