O Escritório de Dívida Nacional da Suécia assumiu nesta segunda-feira o controle do banco de investimentos Carnegie depois que uma inspeção das autoridades financeiras qualificou sua política de empréstimos como perigosa. A Autoridade Supervisora Financeira (FI, na sigla em sueco) denunciou os “riscos excepcionais” que existiram durante “muito tempo” pelos empréstimos de grandes quantias que o banco concedia a um só cliente sem ter informações sobre sua identidade, o que constitui uma violação da lei e colocava a empresa em perigo.

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A FI decretou a retirada da licença ao Carnegie, embora ao ser assumido pelo Escritório de Dívida Nacional da Suécia ele possa continuar operando, agora sob supervisão estatal direta.

As autoridades decidiram também escolher uma nova direção para o banco, que deverá ser nomeada em assembléia extraordinária. O objetivo desta medida é encontrar uma solução em longo prazo para o Carnegie, que deverá encontrar um comprador mais adiante, informou a FI em comunicado.

O Escritório de Dívida Nacional deverá assumir agora o crédito extraordinário de até 6 bilhões de coroas suecas (596 milhões de euros) que o Banco Nacional tinha concedido à entidade no final de outubro. A decisão das autoridades supõe uma paralisação dos planos de resgate planejados pela direção do banco.

Horas antes o Carnegie tinha apresentado um plano às autoridades no qual pedia permissão para realizar uma ampliação de capital de 1,2 bilhão de coroas suecas (119 milhões de euros) em duas partes: uma de 400 milhões (40 milhões de euros) a um grande acionista e o restante entre vários proprietários. Tanto o Riskbank (Banco Central) quanto a FI tinham considerado até agora que o Carnegie era uma empresa “sólida”, apesar de suas perdas milionárias e de suas ações na bolsa terem caído 90% desde o início do ano.

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O Carnegie foi fundado em 1803 e conta com escritórios nos países nórdicos, Suíça, Luxemburgo, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

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