As autoridades paraguaias confirmaram um foco de febre aftosa na região de San Pedro, a 130 quilômetros da fronteira com o Brasil. Mais de 800 cabeças de gado foram sacrificadas em uma propriedade na cidade de Sargento Loma. O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal comunicou o fato para a Organização Internacional de Sanidade Animal e o presidente Fernando Lugo já decretou estado de emergência sanitária.

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A notícia deixou em alerta autoridades e representantes da cadeia produtiva da carne no Brasil. O superintendente federal da Agricultura do Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, informa que a fiscalização foi reforçada. Ele salienta que médicos veterinários vão se juntar a policiais que já fazem o controle da fronteira contra a entrada de armas e de drogas.

– Com esta ocorrência do foco no Paraguai, teremos equipes de veterinários que estarão com estas equipes da operação das forças armadas. Além disso, estamos desencadeando ações de rotinas na fronteira com o Paraguai, com patrulhas volantes móveis e atuação de escritórios na fronteira, com uma estrutura muito boa onde estamos atentos – informa.

O presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, lamentou o caso no país vizinho e salienta que a notícia preocupa, mas não acredita em reflexos para o setor no Brasil. Ele ressalta a confiança no trabalho de vigilância que é feito na região.

– Com o advento da Zona de Alta Vigilância que foi criada no Mato Grosso do Sul, temos certeza de que o controle destes animais que possam vir de lá para o Brasil, é mais rígido do que anos atrás, quando tivemos o problema – disse.

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As autoridades sanitárias da América do Sul já foram acionadas pelos representantes paraguaios. Segundo o chefe da Unidade de Enfermidades Vesiculares do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), José Naranjo, a confirmação do foco do Paraguai não é motivo de preocupação para outras regiões, pois é de fácil controle. Ele reforça a importância da vacinação contra a doença e que ela precisa ser mais intensiva.

– Temos que colocar todos os esforços para investigar e intervir nestas áreas que são áreas complexas, que são áreas de pecuária extensiva, que são em alguns casos criações de pequenos proprietários que não tem muita claridade sobre a necessidade de ter o gado vacinado – argumenta.

O governo paraguaio já suspendeu as exportações de carne pelos próximos dois meses. Com isso, o setor estima prejuízos de cerca de 300 milhões de dólares com a paralisação das vendas do produto, que é o segundo na pauta exportadora do Paraguai, ficando apenas atrás da soja.