A estrutura da Penitenciária da Canhanduba, em Itajaí, impressionou a comitiva de autoridades brasileiras que acompanhou o cônsul italiano Enrico Mora em uma visita técnica nesta quinta-feira. O objetivo da inspeção foi certificar se a unidade atende aos pré-requisitos exigidos pela Itália para receber Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado a 12 anos de prisão no processo do Mensalão.

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Foragido da Justiça brasileira, Pizzolato foi detido na Itália em fevereiro do ano passado com passaporte falso e, até agora, as tentativas de extraditá-lo ao Brasil foram frustradas pela alegação de que não haveria no país prisão que se adequasse aos padrões italianos.

De acordo com o advogado Fabio Galle, representante da Advocacia Geral da União (AGU), a inspeção deve reduzir a possibilidade de recursos para evitar a extradição:

– (A penitenciária) não deixa nada a dever- afirmou.

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A visita durou mais de uma hora e a comitiva conheceu desde a estrutura das celas e áreas comuns até os programas de ressocialização e estudos.

A Penitenciária da Canhanduba tem 840 internos de toda a região e é considerada modelo no Estado. Assim que deixaram a unidade, ainda na quinta-feira, as autoridades seguiram até Curitibanos, onde deverão visitar a penitenciária local na manhã desta sexta.

De acordo com o secretário adjunto de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, Carlos Bruno Ferreira da Silva, por determinação legal a decisão sobre o local para onde deverá ser levado é do próprio extraditado. A maioria dos condenados do Mensalão optou pela Penitenciária da Papuda, em Brasília.

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A extradição não deve ocorrer antes de meados de dezembro, segundo informação oficial do governo italiano.

Qual o resultado da visita?

Carlos Bruno Ferreira da Silva: Ficamos muito estimulados. É uma penitenciária exemplo, que não deixa nada a dever aos melhores pedidos europeus. Saio muito feliz com o resultado.

Esse tipo de inspeção é de praxe?

Silva: Países europeus são muito preocupados com as condições do sistema penal, e isso não acontece só com o Brasil. Havendo precariedade no sistema, a necessidade de inspeção não é uma exceção.

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Pizzolato deve ficar sozinho numa cela?

Silva: Visitamos a galeria de presos que poderia recebe-lo e ele não deve ficar sozinho. Deve ficar com presos que tenham o mesmo perfil, com quem ele tenha melhor condição de conviver e de ressocializar.