Uma delegação americana com agentes do FBI interrogou nesta quarta-feira os pais dos suspeitos dos ataques contra a Maratona de Boston, mas eles insistiram que os dois irmãos não tinham contatos com os grupos islamitas locais.
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Os pais de Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev atualmente vivem no Daguestão, uma região muçulmana do Mar Cáspio onde a família morou por uns tempos antes de viajar para os Estados Unidos.
– O FBI está recebendo a cooperação do governo russo em sua investigação sobre os atentados na maratona – afirmou à AFP um funcionário da embaixada americana, que não quis ser identificado.
– Um grupo da embaixada americana em Moscou viajou ao Daguestão ontem como parte de sua cooperação com o governo russo para interrogar os pais – acrescentou.
A fonte não quis confirmar se a delegação americana permanecia no Daguestão realizando suas investigações.
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Os pais foram interrogados sobre a visita de Tamerlan ao Daguestão. “Os pais responderam que ele não teve nenhum contato com islamitas radicais”.
O pai dos suspeitos, Anzor, de origem chechena nascido no Quirguistão, sempre insistiu, em todas as entrevistas que concedeu à imprensa, que seus filhos são inocentes e não podem ser os autores dos atentados.
De acordo com a agência de notícias Ria Novosti, tanto Anzor como a esposa, Zubeidat, concordaram durante o interrogatório em viajar nesta quinta-feira aos Estados Unidos para colaborar com a investigação.
A investigação junto aos pais dos suspeitos prossegue em meio a questionamentos se as autoridades americanas teriam deixado passar sinais que evidenciavam o perigo representado pelos dois irmãos.
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É de particular interesse dos investigadores uma viagem de seis meses feita por Tamerlan em 2012 ao Daguestão e à Chechênia.
O motivo alegado para esta viagem foi obter um novo passaporte russo que, no final das contas, nunca foi buscado e os investigadores querem saber se tudo não passou de um pretexto para contatar muçulmanos extremistas.
O ministro do Interior do Daguestão, Abdurashid Magomedov, descartou qualquer possibilidade de que Tamerlan ter sido “infectado” pelo islamismo radical durante sua estado no Cáucaso.
A mulher de Tamerlan, Katherine Russell, de 24 anos, também declarou-se disposta a ajudar os investigadores, segundo seus advogados.
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Em nota lida por seus advogados na terça-feira, em Providence (Estado de Rhode Island), a jovem disse que ficou profundamente “chocada” ao descobrir que seu marido e seu cunhado estavam envolvidos no atentado.
Katherine se casou com Tamerlan em 2010. Eles têm uma filha de três anos.
Suspeitos pensavam em ir para Nova York
Os dois suspeitos dos atentados na Maratona de Boston pensavam em ir para Manhattan depois das explosões, informou o chefe da polícia de Nova York, Ray Kelly, citando o depoimento de uma testemunha aos investigadores.
Segundo Kelly, o motorista de um carro roubado por Tamerlan e Dhzokhar Tsarnaev na noite de quinta-feira em Cambridge (perto de Boston) ouviu os dois irmãos de origem chechena mencionar a palavra “Manhattan”.
– Estavam falando em russo ou checheno, um idioma que o motorista não entendia. Mas ele acha que ouviu a palavra “Manhattan” – afirmou Kelly.
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Pouco depois de ouvir essa conversa, o motorista conseguiu fugir dos suspeitos, que foram localizados pela polícia, dando lugar a um tiroteio que culminou na morte de Tamerlan, de 26 anos. Dhzokhar, de 19 anos, foi capturado horas mais tarde.