O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, considerou nesta quinta-feira que o regime sírio perde “cada vez mais” o controle do país e que uma vitória da oposição no conflito não está descartada.

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Foi a primeira vez que uma autoridade russa – país aliado do ditador Bashar al-Assad – reconheceu de maneira tão explícita uma possível vitória dos opositores ao regime de Bashar al-Assad, do qual Moscou é um dos últimos aliados.

Além de Bogdanov, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que o regime sírio “se aproxima da queda” e que isso “é apenas uma questão de tempo”.

– Acredito que o regime de Damasco se aproxima da queda, penso que é apenas uma questão de tempo. Exorto o regime a pôr fim à violência, a se dar conta de qual é a situação hoje e a iniciar um processo para satisfazer as demandas legítimas do povo sírio”, declarou Rasmussen durante uma coletiva de imprensa.

Ele “condenou com veemência” o lançamentos de “vários mísseis de curto alcance” na Síria “no início da semana”.

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– A utilização destes armamentos cegos mostra o pouco caso com que o regime trata a vida dos sírios”, acrescentou.

– Os mísseis foram disparados do dentro da Síria e atingiram o território. Nenhum país vizinho foi atingido – informou Rasmussen depois de ter se reunido na sede da Otan com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

– Não podemos confirmar os detalhes técnicos dos mísseis, mas indicações apontam para mísseis do tipo Scud – acrescentou o secretário-geral.

Rutte confirmou que seu país vai mobilizar “o quanto antes” duas baterias de mísseis de defesa Patriot na Turquia com o objetivo de proteger esse país membro da Otan de eventuais ataques provenientes da Síria.

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“Prevemos que estejam operacionais até o final de janeiro (…) Sua localização será decidida com nossos aliados”, indicou Rutte.

Alemanha e Estados Unidos também aceitaram mobilizar baterias de Patriot durante o primeiro trimestre de 2013.

Rasmussen saudou a decisão da Holanda, que “é um sinal forte da solidariedade aliada”, e lembrou que essa mobilização é “puramente defensiva”.