O tribunal de julgamento que decidiu pelo afastamento do governador Carlos Moisés e definiu Daniela Reinehr como governadora interina julgou o processo protocolado pelo defensor público Ralf Guimarães Zimmer Júnior, que questionava a equiparação salarial entre os procuradores do Estado com os da Alesc.

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Em entrevista ao Notícia na Manhã, neste sábado, Ralf Zimmer Jr. comentou sobre a decisão, desejou boa sorte para a nova governadora, que assume interinamente a partir da próxima terça-feira, e disse que o processo não foi pessoal.

– Quero parabenizar o tribunal julgador, todos os julgadores, no uso de suas atribuições legítimas. A decisão tem que ser respeitada em todos os termos. Parabenizo a governadora Daniela e espero que faça um governo para Santa Catarina, não a decepção que foi o governo Moisés e que ela continue no biênio subsequente. Quando entrei com o pedido não tinha nada pessoal contra o Moisés e a Daniela, sempre me mantive focado em apenas cumprir meu papel de cidadão. Foi dado um grande passo com o afastamento do governador em um tribunal legítimo. 

Não é um processo de vingança, é um processo democrático e há que se respeitar as etapas

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O governador Carlos Moisés será afastado por até 180 dias, nesse período ele irá preparar a defesa para o julgamento que decidirá se ele perderá ou não o cargo. Para essa etapa, Zimmer Jr. diz que irá preparar mais provas.

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– Vamos apresentar mais provas, ouvir mais testemunhas requisitar ao Tribunal de Contas da União mais números. Quem tinha acesso ao procedimento que foi gestado de forma não transparente, com senha para poucos servidores, e tamos aí a busca por mais um voto para consolidar a democracia em Santa Catarina, um governo estável – disse.

Saída da Casa D’Ágronômica

Não há previsão legal para que o governador deixe a casa oficial do Estado durante o período que estará afastado para o julgamento do impeachment, como esclarece o especialista Rogério Duarte da Silva. Segundo o especialista, Moisés fica proibido de despachar no centro administrativo, mas pode permanecer na Casa D’Agronômica.

– No no caso da Dilma (quando afastada para o julgamento do impeachment) não foi obrigada a desocupar a residência oficial. Acredito que seja um parâmetro para Santa Catarina – avalia o professor de direito constitucional.