Existem poucas pessoas tão apaixonadas pelo Avaí quanto Fernando Bastos. Aos 83 anos, ele continua demonstrando isso não faltando a uma única partida do time na Ressacada. Fernando é uma daquelas pessoas com tantas histórias que 24 horas não bastariam para conhecer bem esse avaiano de coração mole.
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A emoção dele com o Leão é percebida pelas lágrimas que se acumulam nos olhos toda vez que fala de seu time de coração. Nem as lentes fotossensíveis dos óculos — que ficam escuras por causa da iluminação do camarote — conseguem esconder a emoção dele.
— O Avaí é uma coisa que realmente emociona. O time sabe crescer. Esses jogos invictos me fazem pensar: “Não vamos voltar para atrás”. Não acredito que o Avaí deixe de ir para a Série A — disse confiante o ex-presidente azurra, que esteve à frente do clube em duas oportunidades de 1964 a 1966 e 1972 a 1973.
Não é só a campanha que o Leão está fazendo na Série B que deixa Fernando Bastos entusiasmado. A volta de Marquinhos motiva ainda mais o torcedor.
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— O Marquinhos entrou comigo no Avaí. Ele era um garoto que quase não falava. Hoje (ontem) quando cheguei ao estádio encontrei a esposa dele e a filhinha. Ganhei um beijo da menina e isso me causou uma dupla emoção, como se o Marquinhos estivesse me dizendo: “Nós vamos subir” — conta.
O hino que cativa a todos
Fernando Bastos é o autor do hino do Avaí, ao lado de Luiz Henrique Rosa — um dos grandes nomes da música de Santa Catarina. Hoje ele conta que consegue se segurar quando as pessoas cantam sua composição e recorda detalhes do dia da criação.
— O José Amorim (também ex-presidente do clube) foi o homem que me ajudou muito, sem ele não teria feito metade do que fiz para o Avaí. Eu estava na assembleia e ele me disse: “Nós temos que criar um hino”. Me tranquei no meu gabinete por uma hora. Fechei tudo e comecei a compor. Primeiro a letra, depois tentei botar uma melodia em cima. Quando bateu o Zé Amorim eu disse: “Chama o Gito Daux (Jorge Daux Filho, outro ex-presidente azurra) e vamos na casa do Loló, ex-jogador do Avaí e que é o pai do Luiz Henrique — recorda.
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Com seu violão, Luiz Henrique Rosa — que chegou a fazer parceira internacional com Liza Minnelli —, não demorou a achar a melodia certa para a letra de Fernando.
— “Olha meu querido presidente”, me disse Luiz Henrique. “A letra é de primeiro mundo, mas a melodia que tu botasse é bom dar para aquele time do Estreito”. Ele riu muito, realmente quem entendia de composição era ele — continua.
Com o hino recém-composto, a dupla foi até a Rádio Jornal A Verdade — que pertencia a Manoel de Menezes, pai do colunista do Diário Catarinense Cacau Menezes —, e em primeira mão divulgou a canção:
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— Apenas uma hora depois de compor o hino estávamos divulgando ele. Quando a torcida canta e vibra isso me emociona demais. Hoje consigo me segurar, porque sou um chorão e pelo o Avaí então nem se fala — finaliza.
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