A Áustria anunciou lockdown para pessoas não vacinadas ou que não contraíram recentemente a Covid-19. A partir de segunda-feira (15), quem se recusar a tomar a vacina terá que obedecer um confinamento no país, uma medida inédita na União Europeia que pretende frear o número recorde de novos casos.

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No sábado (13), a Áustria registrou mais de 13 mil novos casos de covid-19 em um país com mais de 9,8 milhões de habitantes, o maior número de contágios desde o início da pandemia, que já provocou 11.700 mortes no país. A alta de casos fez com que vários países europeus, como Holanda e Noruega, tivessem quee reestabelecer restrições.

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— A situação é grave (…) Não adotamos a medida de maneira leve, mas infelizmente é necessária — disse o chanceler Alexander Schallenberg em uma entrevista coletiva na capital Viena.

Quase 65% da população recebeu as duas doses da vacina na Áustria, percentual inferior à média europeia, que é de 67%, e longe de países como Espanha (79%) e França (75%). Schallenberg considerou o índice “vergonhosamente baixo” ao anunciar na sexta-feira o plano de confinamento.

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Novas regras

Com as novas regras, cerca de 2 milhões de pessoas não poderão deixar suas casas, a não ser para fazer compras, praticar esportes ou receber atendimento médico. A medida será aplicada a todas as pessoas a partir de 12 anos. Para garantir o respeito da medida, as autoridades farão controles não anunciados “em uma escala sem precedentes” em zonas públicas, segundo o governo, que mobilizará viaturas policiais adicionais.

A multa para quem descumprir as regras é de 500 euros (R$ 3.120). Quem se negar a passar pelos controles pagará 1.450 euros (R$ 9.000).

O governo avaliará os resultados das restrições em um prazo de dez dias, informou o ministro da Saúde, Wolfgang Mückstein, que pediu aos hesitantes que aceitem a vacina o mais rápido possível.

Uma comissão parlamentar autorizou a medida neste domingo à noite, graças ao apoio do partido conservador e dos Verdes, membros da coalizão no poder. A oposição foi contra.

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Medida gerou protestos

Centenas de manifestantes contrários à medida se reuniram diante da sede de governo com cartazes que incluíam a frase “não à vacinação obrigatória”.

As pessoas não vacinadas já estão proibidas de entrar em restaurantes, hotéis e salões de beleza. Além disso, para comparecer a eventos culturais ou esportivos com mais de 25 pessoas ou para sair para jantar será exigido a partir de agora um teste PCR, além do certificado de vacinação ou de recuperação da doença.

— Estou aqui para enviar uma mensagem, temos que lutar”, declarou à agência de notícias AFP Sarah Hein, de 30 anos, que trabalha em um hospital. — Queremos trabalhar, queremos ajudar as pessoas, mas não queremos que nos vacinem. Depende de nós — afirmou.

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