No ano passado, Trent Munro foi um dos três australianos que acabaram derrotados pelo americano Tim Curran na final da etapa do Mundial WQS da República das Maldivas. Neste ano, ele novamente chegou à decisão e desta vez superou três brasileiros para levar o título do O?Neill Deep Blue Open 2003 para a Austrália, depois de duas vitórias consecutivas dos Estados Unidos.

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Por uma pequena diferença sobre o carioca Raoni Monteiro, o pernambucano Paulo Moura conquistou o vice-campeonato, deixando o dono da primeira nota 10 dos três anos de história da competição em terceiro lugar, e o gaúcho Rodrigo Dornelles, vice-campeão desta prova em 2001, com a quarta colocação entre os 176 surfistas que participaram da 12ª etapa do World Qualifying Series (WQS) – a divisão de acesso do circuito mundial de surfe profissional.

As ondas no último dia estavam menores, mas Lohi?s ainda produziu boas esquerdas de 1m50cm de altura no sábado de muito Sol na Ilha de Lohifushi. A próxima etapa importante do WQS será o 6 estrelas de Durban, entre 7 a 13 de julho, na África do Sul, onde no ano passado o paulista Beto Fernandes derrotou três australianos na grande final.

Nas Maldivas, Trent Munro estava em perfeita sintonia com as ondas de Lohi?s na decisão. Ele só pegou três e foram as melhores que apareceram durante os 35 minutos da bateria, tirando uma nota 8,67 na primeira, uma 8,17 na segunda e uma 8,30 na terceira.

Como são computadas as duas melhores, Trent Munro totalizou 16,97 pontos, contra 12,70 de Paulo Moura, 12,64 de Raoni Monteiro e 11,13 pontos de Rodrigo Dornelles. Pela vitória em sua primeira participação no Mundial WQS deste ano, Munro faturou US$ 12 mil de prêmio e 2,2 mil pontos que o colocaram direto no 25º lugar do ranking que garante quinze vagas na elite mundial do ASP World Championship Tour (WCT).

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– Estou muito emocionado. Eu fiquei em terceiro lugar aqui no ano passado e eu realmente entrei determinado para vencer – contou Trent Munro, que só tinha três vitórias na carreira, sendo duas delas no Brasil: em 2000 no WQS da Praia Mole, em Florianópolis (SC), e em 2001 no WCT do Rio de Janeiro (RJ).

Já os brasileiros não tiveram muitas chances para reverter o resultado, mas realizaram uma grande campanha no O?Neill Deep Blue Open, fazendo maioria no pódio e se destacando durante toda a semana de ondas perfeitas de mais de 2m de altura na Ilha de Lohifushi. Pena que as condições não eram as mesmas no dia decisivo do campeonato.

– As ondas estavam difíceis na final e o Trent pegou as melhores que apareceram. Eu queria vencer, mas estou muito feliz pelo resultado, que serviu para me dar ainda mais confiança para o WCT do Japão – disse o vice-campeão Paulo Moura, que assumiu a quinta colocação no ranking do WQS e é o brasileiro mais bem colocado na divisão principal, ocupando o 23º lugar no WCT 2003.

Já o terceiro colocado Raoni Monteiro deixou seu nome gravado na história do Circuito Mundial na República das Maldivas. Ele foi o primeiro e até agora único surfista que recebeu uma nota 10 desde que a competição foi inaugurada, em 2001.

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O feito foi conseguido durante as oitavas-de-final realizadas na sexta. No sábado, enquanto Paulo Moura e Rodrigo Dornelles emplacaram uma dobradinha vencedora nas quartas-de-final e nas semifinais, Raoni passou atrás do campeão Trent Munro nas duas fases.

– Essa foi a minha primeira final no Circuito Mundial e estou contente com o resultado. Eu achava que um de nós poderia vencer, mas o Trent Munro estava surfando muito bem hoje (sábado) e mereceu a vitória – contou Raoni, que só correu duas etapas e já aparece em 23º lugar no ranking do WQS, bem próximo da zona de classificação para o WCT.

Já o gaúcho Rodrigo Dornelles não conseguiu repetir suas atuações anteriores e nem a apresentação que quase lhe deu a vitória na primeira edição do O? Neill Deep Blue Open em 2001, quando só foi derrotado nos minutos finais da decisão pelo americano Chris Ward.

Pela quarta colocação, Dornelles recebeu US$ 3 mil e 1.474 pontos que o levaram para a 16ª posição no WQS. Ele passou atrás do pernambucano Paulo Moura nas duas baterias que decidiram os finalistas da competição.

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Na primeira, a dupla deixou o catarinense Neco Padaratz e Tom Whitaker nas quartas-de-final e nas semifinais barrou mais dois australianos: Toby Martin e Phillip MacDonald. Neco manteve-se na vice-liderança do WQS 2003 com o nono lugar na competição que dividiu com o número 1 Shane Beschen (EUA) e com o paulista Beto Fernandes e o cabo-friense Victor Ribas.