O desconhecimento acerca do glaucoma, doença que pode levar à cegueira irreversível sem um diagnóstico precoce e o tratamento adequado, ainda é considerável. É uma enfermidade traiçoeira, sem sintomas na fase inicial e causada muitas vezes pelo aumento da pressão intraocular, visto que pode haver glaucoma com pressão ocular dentro dos níveis normais. A melhor prevenção é a consulta anual ao oftalmologista, que pode detectar a anomalia ainda nos primeiros estágios.

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A Organização Mundial da Saúde estima que até 2020 mais de 80 milhões de pessoas serão afetadas pelo glaucoma em todo o mundo. No Brasil, calcula-se que os portadores cheguem hoje a mais de um milhão, sendo 2% dos brasileiros acima dos 40 anos e 6% dos acima de 70 anos. A desinformação é um dos principais fatores que contribuem para esse índice.

– Hoje, a cegueira por glaucoma é evitável na grande maioria dos casos. Conhecimento é a chave para que os pacientes e familiares possam conviver melhor com a doença e interagir de forma eficaz com seus médicos durante o tratamento- diz o oftalmologista e especialista na doença Remo Susanna Jr.

Pessoas com idade acima de 40 anos, com histórico familiar, diabetes, uso prolongado de medicamentos com cortisona, aumento da pressão intraocular ou pertencentes à raça negra são consideradas predispostas a desenvolver a doença e devem ter atenção redobrada. Os exames que detectam o problema são indolores e realizados pelo oftalmologista com a ajuda de equipamento especial. Cada indivíduo tem sua pressão intraocular ideal e, na realidade, a alteração do nervo óptico observada no exame de fundo de olho é que faz o diagnóstico

Tipos de glaucoma

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Existem mais de 25 espécies de glaucoma, sendo os mais comuns o de ângulo aberto, que é o de maior prevalência na faixa da população acima dos 40 anos e que não apresenta sintomas, o agudo, também chamado de glaucoma de ângulo fechado, e o congênito. No caso de “ângulo fechado”, o indivíduo que padece dessa forma da doença pode apresentar um conjunto de sintomas, como olho vermelho e dolorido, dor de cabeça, náuseas e vômito. No caso do glaucoma congênito, o bebê nasce com olhos muito grandes (chamado de buftalmo ou “olhos de búfalo”), sofre de fotofobia, ou seja, forte sensibilidade à luz, e lacrimeja constantemente.