São 1.831 casos confirmados de dengue em Santa Catarina neste ano, conforme aponta o novo relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica no Estado (Dive/SC), divulgado nesta sexta-feira (11). O número é 32 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 57 casos.
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O dado, que compreende o período entre 30 de dezembro de 2018 e 5 de outubro de 2019, acompanha uma tendência nacional. No país, até 7 de setembro, os números do Ministério da Saúde indicam um crescimento de 594% nos registros da doença.
De acordo com a bióloga Tharine Dalcim, da Divisão de Vigilância e Controle do Aedes aegypti em Santa Catarina, o aumento expressivo do número de casos no Estado é um reflexo da realidade brasileira, já que a maior circulação da doença afeta todos os estados.
Além disso, ela também aponta que o aumento de registros de dengue em determinados períodos faz parte do comportamento da própria doença.
— Normalmente, o que observamos é que temos um ou dois anos de alta nos casos, com intervalo de dois ou três de baixa. Isso em todo o Brasil. Nesse momento, estamos vivendo o ciclo de crescimento da dengue — explica Tharine.
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Os últimos dois anos com mais registros de casos foram 2015 e 2016. Em 2015, Santa Catarina teve 3.578 registros até outubro. Já no ano seguinte, foram 4.359 casos no mesmo períoso.
Tharine Dalcim comenta ainda que o esforço no Estado tem sido no sentido de controlar os focos do mosquito, já que não há outra maneira de evitar proliferação da doença:
— A ação é no sentido de eliminar ambientes com água parada, que possam ser criadores do Aedes aegypti, tentando conscientizar as pessoas, até porque há uma expectativa de que esse número aumente ainda mais no verão, quando chove mais e o mosquito se prolifera mais facilmente.
Apenas um caso considerado grave
Segundo a Dive/SC, do total de casos confirmados até o momento, 1.631 são autóctones (com transmissão dentro do próprio Estado), 139 são importados, 51 são indeterminados e 10 estão em investigação. Entre eles, cinco foram considerados com sinais de alarme, nas cidades de Florianópolis (1), Porto Belo (2), Videira (1) e Xaxim (1), e um caso de dengue considerado grave, em Porto Belo. Porém, ainda conforme a Dive/SC, todos evoluíram para a cura.
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Itapema, Camboriú e Porto Belo no topo da lista
Itapema (697), Camboriú (374) e Porto Belo (115) são as cidades com mais casos autóctones de dengue. As três cidades do Vale do Itajaí apresentam uma epidemia da doença neste ano, conforme a Dive/SC.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de transmissão é considerado epidêmico quando a taxa de incidência é maior do que 300 casos por 100 mil habitantes.
Porém, de acordo com a bióloga Tharine Dalcim, o período crítico nessas cidades já passou.
— Consideramos que foi um ano de epidemia, mas os números mostram que os casos têm diminuído nessas cidades. Entre março e junho houve um aumento expressivo. A partir de junho, começou a cair (o número de casos). De qualquer forma, continuamos o trabalho de monitoramento em todos os municípios – diz.
No Estado, 94 cidades permanecem sendo consideradas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, o que representa um incremento de 27% em relação ao mesmo período de 2018, que registrou 74 municípios nessa condição.
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Sintomas
Segundo a Dive/SC, normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início repentino e com duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. O órgão explica ainda que em 50% dos casos manchas pelo corpo estão presentes, especialmente no rosto, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos. A recomendação é quem tiver esses sintomas deve procurar imediatamente o serviço de saúde e, caso já tenha sido atendido antes, deve voltar.
Prevenção
– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– Mantenha lixeiras tampadas;
– Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– Mantenha ralos fechados e desentupidos;
– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
– Retire a água acumulada em lajes;
– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
– Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
– Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
– Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde.
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