O Governo divulgou na última semana a previsão de aumento do salário mínimo para 2014, que deve passar de R$ 678 para R$ 722,90. Apesar de o reajuste ser pequeno, os R$ 44,90 a mais no fim do mês fazem diferença para quem vive com o valor. Com esta quantia, é possível melhorar a alimentação da família, adquirir um novo eletrodoméstico ou até mesmo economizar.

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A aposentada Maria Aparício Rodrigues, 68 anos, recebe um salário. Ela consegue se organizar, pagar todas e despesas e faz até poupança. Alimentos compra a maior parte na feira do bairro em que vive, na Tapera. Água ela tem poço próprio. O aumento é comemorado por ela, apesar de considerar que poderia ser maior.

– Tem que levar em conta que os preços aumentaram, então não é um verdadeiro aumento. Mas mesmo assim acho bom, vou conseguir economizar mais – conta.

Maria conta que em um ano já conseguiu poupar mais de R$ 2 mil, somente com o dinheiro da aposentadoria e fazer várias reformas que precisava em casa.

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Especialistas dão dicas

O economista e professor aposentado da UFSC, Pedro Moreira Filho, explica que cada família deve avaliar a melhor maneira de utilizar o dinheiro. Segundo ele, uma boa opção é investir em algum eletrodoméstico para aumentar o conforto do lar.

– Dá para comprar um micro-ondas, um fogão, ou até algo mais caro, mas tem que ver se a prestação cabe no orçamento – alerta.

Uma outra alternativa de muitas famílias é incluir mais itens na alimentação, como carnes e embutidos, que antes não entravam com tanta frequência. Um quilo de coxão mole, custa em média R$ 15 na Capital. Com R$ 44,90 é possível comprar quase três quilos por mês a mais.

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Não esqueça de quitar as dívidas

Para o planejador financeiro Jailon Giacomelli, da Par Mais, é importante quitar as dívidas com o dinheiro a mais que vai entrar. Se for necessário, fazer um novo empréstimo com juros mais baixos e sempre tentar negociar no banco.

Outra dica de Jailon é que a pessoa se controle, e não comece a gastar antecipadamente contando com o aumento.

– O valor faz diferença, principalmente se pensar no final de um ano, que dá quase R$ 600 a mais. Mas não dá pra esquecer que o reajuste está vindo depois de um ano inteiro de aumentos dos preços, então não está entrando exatamente 6.6% a mais.

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Jailo alerta que muitas vezes a pessoa não percebe, mas o dinheiro que ela recebe já não dá mais para comprar os mesmo produtos no supermercado, e muitas famílias acabam trocando de marca e substituindo alguns itens.

Dicas:

1. Se tiver dívidas, procure primeiro pagá-las antes de assumir uma nova prestação;

2. Não comprometa mais que 30% da renda com dívidas, ou seja, até R$ 216 (para o novo salário);

3. Economize parte do salário ou aposentadoria para não precisar recorrer a bancos em caso de emergência;

4. Sempre que possível, pague à vista. Se consegue mais descontos e não são cobrados juros;

5. Pesquise e compare preços antes de comprar.

Fontes: Pedro Moreira Filho e Jailon Giacomelli

O que dá para fazer com o aumento:

Por mês: R$ 44,90

Comprar um fogão quatro bocas automático em 22x de R$ 43,90

Comprar um micro-ondas em 22x de R$ 23,50

Incluir cerca de três quilos de carne no rancho do mês

Comprar uma cesta básica completa (2kg de açúcar, 1 café, 1 farinha de mandioca, doce de leite, 1 óleo, 1 biscoito, 1 macarrão, 1 kg de sal, 2 kg de arroz, 1 kg de feijão, 1 trigo, 1 extrato de tomate, 1 fubá) a mais, por R$ 39, no Supermercado Xande.

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No ano: R$ 538,80

Se o dinheiro for aplicado na poupança, no final de 12 meses, vai valer aproximadamente R$ 550

Com esse valor, é possível quitar débitos, investir numa pequena reforma em casa, fazer uma viagem com a família, comprar eletrodomésticos à vista entre outras opções.

Entenda como é calculado o aumento do salário mínimo

O salário é reajustado pela soma do crescimento da economia de dois anos antes mais inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC). Este índice leva em consideração preços em supermercados, alugueis e serviços, e abrange famílias com renda mensal até cinco salários, aquelas que mais sentem no bolso o aumento dos itens básicos. Ou seja, o aumento de 6.6% que será concedido a partir de janeiro de 2014, é reflexo do baixo crescimento do país em 2011.

Segundo o planejador financeiro Jailon Giacomelli, o ganho real que o trabalhador vai ter é muito pequeno, de aproximadamente 0,35%.

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Veja a comparação com anos anteriores.

2013 – R$ 678 (Reajuste de 9%)

2012 – R$ 622 (Reajuste de 14,13%)

2011 – R$ 545 (Reajuste de 6,8%)

2010 – R$ 510 (Reajuste de 9,68%)

2009 – R$ 465 (Reajuste de 12,05%)